terça-feira, julho 27

Chamem-me Machan

Pois bem, aqui me tem (sem acentos sem nada)... Acho absolutamente impressionante que tenha que ser eu, aqui de tao longe, a escrever alguma coisa para que este blog possa subsistir.
Mas ja que aqui me apanho, aproveito para vos ir pondo a par do que se vai passando, um bocado à laia dos emails que escrevia desde leuven, mas agora numa versao mais "à c'eux que ceci peut concercer".
Depois de tres semanas em Paris, estou a trabalhar ha ja quinze dias num restaurante/mercearia italiana, muito chic, onde a  juventude petulante de Paris vem 'gouter' a nossa maravilhosamente aquecida comida italiana comprada a uma companhia de katering bem francesa enquanto sorvem o molho de tomate enfiado à ultima da hora, e riem às gargalhadas das suas proprias piadas e do sucesso que elas tiveram junto das suas igualmente requentadas acompanhantes daquela noite. Ai, vê-los tambem de tarde, enquanto bebem os seus cappuccino (uma bebida italiana tipica do pequeno-almoço) e fitam tao intelectualmente o horizonte. Ai, as saudades das pessoas simples, de quem ri baixinho e com gosto. Por vezes sinto-me numa daquelas cenas dos romances do seculo XIX, em que o prbre e desprotegido heroi vagueia no meio dos ricos que riem gargalhadas ignorantes e despreocupandas.
Quanto à lingua frnacesa, razao segunda da minha vinda, posso dizer que para o vocabulario do restaurante, cerca de 250 palavras, esta muito mais desembaraçado. Para alem disso, cumpre juntar as cerca de cinco palavras em tamul, lingua nativa do Sri Lanka,  terra natal dos nossos cozinheiros. Depois de "Miguel Gentil", uma mençao honrosa com que o chef Ramish me saudava durante os primeiros dias e me apresentava aos outros, passei a ser "Machan", que quer dizer "Primo" (talvez um dia chegue a ser "Irmao").
Eis-me na hora de voltar a trabalhar. Espero estar diante desta pagina em breve, e nela deixar um pouco mais do que penso ser viver neste pais sem se ter nascido nele.
Viva a Republica,
Abaixo as Olimpiadas,
Viva Portugal