quinta-feira, setembro 29

O mal de se ter um presidente como o Bush é que nem sempre ele faz asneiras no Iraque.

Tá mal: ninguém falou na Rita nem na Katrina aquando das eleições...

segunda-feira, setembro 26

Sheu

Normalmente não faço preâmbulos aos meus posts, mas desta vez tem mesmo que ser.
Este post é profundamente insensível a um problema pessoal de alguém que me merece o maior respeito. Mas olha...

Estava a escrever uma carta de apresentação para apresentar num local de trabalho quando percebi que as minhas experiências profissionais se podem contar pelos dedos de uma mão... para ser mais específico, pelos dedos da mão do Sheu do Benfica...

Carlos Miguel Maia

Ahhhhh...

... e o meu nome é SÓ Joana Mil-homens. Com um apelido assim, basta um, para que não se esqueçam...

Alegre

Estou muito contente com o candidato Alegre. Alguém que se candidata por algo mais que interesses umbiguistas ou partidários. Um líder-poeta, movido pela convicção. Pode não ganhar, mas é uma luzinha no obscurantismo que é a política actual...

(...e sabe vestir, falar e comer...)

Dadinho o c... ... ..., o meu nome agora é Carlos Miguel Maia.

Depois de uns meses a viver na Milano bene, acho que estou mais susceptível às modas. Foi por isso que aderi a esta de ter 3 nomes.
Aliás, antes das férias do Eixo do Mal, cujo regresso se saúda, a Clara Ferreira Alves tinha apontado para esta moda que se implantou na vida portuguesa e que ela considerava de mau gosto. Isto até reparar no seu próprio nome público.

domingo, setembro 25

Mulher de Caeser

Não acho que seja importante parecer sério.
Acho que é essencial sê-lo, mas acho que parecê-lo não tem a menor importância.

sexta-feira, setembro 23

Evasão Preventiva

Parece que há uma corrente de pensamento em que se inclui, ao que consta, uma candidata à Câmara Municipal de Lisboa, que acredita que a Fátima Felgueiras não fez senão bem em fugir antes de ser obrigada a passar 2 anos de prisão preventiva. Quem diz isso só pode acreditar que os pressupostos que levaram ao mandato de prisão preventiva não foram violados, que ela não obstruiu o andamento do processo e que ela, ao voltar, não fugiu à justiça.
Mas se fugir para o Brasil é uma resposta tão eficaz às injustiças do nosso sistema de prisões preventivas potencialmente exageradas ou arbitrárias, porque não criar a figura jurídica da Evasão Preventiva.
Se, para efeitos do processo, estar no Brasil é a mesma coisa que estar no chilindró, porque não arranjar uns programas de férias forçadas por dois anos, com condições especias, com passagem paga e transfert do acusado entre o aeroporto e o hotel, estadia com meia pensão para os primeiros tempos. Até diz que a vida no Brasil é um terço da vida cá e, mesmo contando com os voos para trás e para a frente (o que só ia ajudar a TAP neste tempo de vacas magras), o estado ainda poupava umas coroas. Para além de que, para as estatísticas do Brasil, e contando já com todos os que deram o golpe do baú e foram gozar para o Rio, como acontece sempre nos filmes, mais um criminoso menos um criminoso, a coisa também não mudava muito.

Miguel Maia

ps - Estava a ser irónico. É sempre melhor ter cuidado com estas coisas.
Bem, não era bem sobre isto que tinha pensado escrever. Mas o post do Maia, obriga-me a tal. Já ontem, numa paragem de autocarro numa movimentada artéria desta cidade a que com orgulho chamo de minha, tinhamos tido esta discussão. Mais ou menos, porque ainda estavamos como que embriagados com o debate a que haviamos assistido (era sobre isso que tinha pensado escrever).

O que eu queria dizer é que um dos males da democracia é quando esta é separada da literacia. Do civismo. Quando uma série de iluminados (aqui stictus sensus, não com sentido irónico) decidiu que todos deveriam participar na organização e gestão da res publica, não o fez senão com o objectivo de que, ao ter voz, ao ter, em última análise, poder, o povo passasse a ser o objecto primordial das políticas de estado. Como tal, deveriamos educar, antes de mais, o povo para que este se consciencializasse dos seus direitos e deveres.

Ora, o que na realidade sucedeu foi que os que governam, ou sonham governar, perceberam que é mais fácil instrumentalizar um povito inculto, ignorante e adorador de grandes superficies, do que um povo culto. Esta é a força das Fátimas, Avelinos e Jardins. Esta é a fraqueza do nosso país.

Durante o meio século que durou a ditadura, deixou-se o povo no obscurantismo ileterado da pacata e pobre vida de aldeia. O povo não tinha grandes direitos e não os podia reivindicar (bem, a ser franca, a maioria não sabia que era suposto ter direitos...). Depois, uns quantos revolucionários e idealistas, qual filósofo que sai da caverna, quiseram abrir os olhos das massas, quiseram que as massas lutassem pelo "fim das classes", quiseram que as massas pugnassem pelos seus direitos. E aquela massa de gente, viu-se, pela primeira vez em oito séculos de história a ter voz - sem que para tal os ensinassem a falar.

E então reivindicaram aquilo que "viam" (aqui usado literalmente) que as classes dominantes tinham: carro, electrodomésticos, férias no Algarve e, nos últimos anos, telemóveis, roupas de marca e demais bens materais. Ninguém os ensinou a sair à rua a pedir bom ensino - saem para pedir menos propinas (os alunos) ou menos horas de trabalho (os professores). Ninguém quer acesso à Internet pela abertura ao conhecimento que daí pode advir, mas sim pelo messenger, championship manager e demais jogos.

Enfim o que eu quero dizer é que, enquanto os governantes se contentarem em gerir um tão fraco grupo de recursos humanos, não há de facto grandes saídas. E de facto, o nosso país vai tendo os líderes que escolhe, logo os que merece. O que me choca, e se calhar por isso sou idealista, é que sendo possível elevar o nível cultural médio das populações (e acredito piamente que tal é possível), os Partidos, Governos e demais instituições se contentem com o que temos hoje e não se esforcem por melhorar.

É que, e digo-o da forma menos elitista possível, quando vejo a malta de Felgueiras ou de Amarante a falar sobre os seus Deuses-Autarcas, sinto que aquele não pode, nem deve ser, o meu país. E como eu, pobre cidadã anónima, nada posso fazer, assim de repente, para os mudar, prefiro que se "transfiram" para outras fronteiras.

E digo-o isto não para ser lido literalmente mas sim em tom jocoso, que, entre outras coisas, sou muito dada à galhofa...

Santa Terrónia

Portugal e Itália, que no substancial são países mais ou menos semelhantes, têm algumas pequenas diferenças que tornam tudo tão mais interessante.
É comum aos dois países este ódio tacanho e reaccionário em relação a certas partes da sua própria população só porque são menos letradas, menos capazes de distinguir entre um boi (o Alberto João Jardim) e um palácio (um mundo sem o Alberto Joõa Jardim) e sobretudo menos aggiornate, que é um termo muito inteligente que aprendi hoje com uma data de pessoas de direita muito inteligentes e que, segundo consta, quer dizer "actualizadas".
Aí somos iguaizinhos.

A pequena diferença, que é absolutamente deliciosa é que, em Itália, até pela sua história de divisão interna e as diferentes tradições entre o Norte, rico e cosmopolita, e o Sul, pobre e fisiocrata, os terroni são todos aqueles que estão a Sul de Roma, isto é, uma região inteira de pessoas e de cidades e de província indiscriminada e generalizadamente vista como pacóvia.

Em Portugal é diferente, o que não quer de todo dizer que seja melhor ou pior... é um bocadinho diferente. A Joana diz que, em Portugal, há espinhas encravadas que é preciso arrancar do mapa como se a Pacóvia portuguesa fossem pequenos enclaves que, a partir de agora vamos fingir que ignoramos: a Madeira, Felgueiras, Leiria, Oeiras (o que faria de mim um natural de um enclave pacóvio), Amarante, Gondomar.

Depois do 8, também há quem defenda o 80.
Portugal havia de ser acima do Alentejo e abaixo do Ribatejo, quase como quem diz acima de Almada, a leste de Cascais e Sintra e a Oeste do Barreiro, como quem diz Portugal é Lisboa, o resto é paisagem.

Não.
Já o disse e não me canso. A maior desgraça e o maior tesouro que temos são os 10 milhões de pacóvios que não se foram concentrar a Felgueiras e na Madeira e já está.
Somos nós, todos nós, sempre nós.

Miguel Maia

quinta-feira, setembro 22

FF e a união nacional

Acho que o caso FF consegue reunir um consenso apenas comparável a quando nos unimos para torcer pela selecção de futebol. Todos juntos, menos Felgueiras, que continua isolada na estupidez e quer a Fatucha para presidente da câmara. São uma espécie de aldeia do Astérix, mas mais estúpidos e menos valentes - é como se os intrépidos gauleses agora quisessem o bardo para líder. A eles fazia como à Madeira que insiste em votar no Alberto João Jardim - dava-lhes a independência ou oferecia-os para cobaias dos últimos modelitos de bombas atómicas...

Ah, estes felgueirenses são loucos...

Twisted World

Nunca esperei concordar com este senhor...

quarta-feira, setembro 21

Eu amo o meu País e você?

1. O Santana foi primeiro ministro

2. O Paulo Portas foi ministro da defesa

3. A Fátima Felgueiras é presa quando e onde quer

4. O Santana foi primeiro ministro

5. Os nossos principais candidatos para a Câmara de Lisboa são mal criados

6. O nosso próximo presidente ou é um senhor octogenário com uma língua viperina ou um senhor autoritário, sem sentido de humor e que não sabe comer

7. Avelino Ferreira Torres é autarca há mais tempo do que eu respiro

8. O Santana foi primeiro ministro

9. Precisamos de 700 papeis + 27 horas em filas de espera para tirar o BI

10. Temos o Castelo Branco e o Frota com mais tempo de antena que o Francisco José Viegas

terça-feira, setembro 20

Pastafarians

Nas escolas do estado americano do Kansas, o evolucionismo de Darwin é equiparado, como teoria igualmente provável, ao creacionismo e às teorias do Intelligent Design, segundo as quais a criação do universo teve a mão de um qualquer ente inteligente.
Por estar contra o facto de uma teoria suportada por verificações científicas sucessivas e avassaladoras, como o evolucionismo, ter tempo igual na escola ao que é dado às teorias do Intelligent Design, um graduado em física chamado Bobby Henderson decidiu criar ele próprio uma religião.
Foi assim que nasceu, em Junho deste ano, o Flying Spaghetti Monsterism, segundo o qual o Homem terá sido criado pela acção intencional de um ser formado por fios de massa semolada de trigo, mais conhecido nas nossas bandas como esparguete, com duas grandes bolas de carne, i.e. almôndegas, a acompanhar. Porque não?

Nesta altura, consta que a recolha de assinaturas de todos os que se dizem pertencentes a esta religião está a quase a atingir um número que obrigue o estado do Kansas a reconhecê-la como uma teoria que deverá ser ensinada nas escolas,
sendo-lhe dedicada o mesmo tempo que ao evolucionismo e ao creacionismo.

I don't think we're in Kansas anymore, Toto...

Miguel Maia

segunda-feira, setembro 19

Ah, só para que saibam

Estou de volta.

Miguel Maia

domingo, setembro 18

Igreja Rwanda

Mesmo os filmes como o Hotel Rwanda, que procuram animar as sensibilidades ferindo-as, não são um retracto completamente fiel.
Koen Musiek, um amigo belga, acompanhou durante 6 longas semanas os trajectos de Aurèlie Lierman, sua namorada, cujo nome verdadeiro é afinal Thérése, na reconstituição dos seus primeiros passos na terra onde nasceu, onde foi abandonada por ser ilegítima, de onde foi levada pelos seus pais adoptivos, belgas, que lhe mudaram o nome. Essa terra é precisamente o Rwanda.

Eis o exemplo de uma das histórias que me contou:
Numa certa aldeia, há 10 anos, durante o massacre das milícias Uttu à minoria que detinha o controlo do país, os Tutsi, um bispo católico aprestou-se a dar refúgio a um grupo de perseguidos. Espalhada a notícia, mais e mais Tutsis vieram até aquele local abençoada, um refúgio em terrenos sagrado, certos de poderem encontrar naquele sacerdote uma fuga do horror.
Foi assim que o pequeno grupo inicial se transformou numa multidão, se bem me lembro, da ordem das 50 mil pessoas, todas metidas dentro daquela igreja, que se tornara horrivelmente exígua.

Paciente e receptivo, o bispo abriu as portas da sua igreja até não poder mais.

Quando teve a certeza de não poder acolher mais ninguém é que o bispo chamou o senhor da guerra Uttu que, com a sua horda de homens, chacinou a sangue frio todas aquelas pessoas.
Diz-se que, para fuzilar, matar a corte de "machada" (foi a palavra utilizada por Koen) ou com as próprias mãos toda aquela gente, uma por uma, foram precisas mais de 5 horas.

O guia desta igreja, obviamente desacralizada e, desde então, transformada num museu, é um dos quatro sobreviventes do massacre. Conseguiu escapar fingindo-se morto e escondendo-se debaixo dos corpos que se iam empilhando em cima.

Ostenta na cabeça uma enorme cicatriz, feita por um golpe que servira de certificação da sua morte aparente.

É o sinal persistente de um ódio tão inexplicavelmente frio.

Miguel Maia

quinta-feira, setembro 15

Nós e a ONU

Faz 60 anos agora. O Mundo traumatizado com uma guerra por demais sangrenta decidiu que tal barbárie não se repetiria. Uniram-se na ressaca. Num momento de euforia acharam que as diferenças que os separavam em nada impediriam o sucesso desta união.

60 anos depois a fé ruiu perante a realidade. A ONU não tem a força que deveria ter porque uns quantos não abdicam da força que não deveriam ter.

Como tudo o que nasce de uma ressaca, a ONU não passou de uma ilusão...

terça-feira, setembro 6

Alguém me explica

Por que raio é que só a Joana é que escreve neste blog agora?

Miguel Maia

sexta-feira, setembro 2

Assessores Dorminhocos

Não sei como é que ainda não se lembraram de atribuir as culpas do Katrina a Alá e aproveitaram para invadir, pilhar e destruir todos os países da islâmicos e acabar de vez com o terrorismo religioso (até porque tou farta deste clima de desconfiança e suspeição no Metro...).

Surpresa!

Ah... Quando acreditei que só ia ler coisas aborrecidas deste senhor, ele revela sentido de humor... Acho que é bem feito para eu não ser preconceituosa...

quinta-feira, setembro 1

O erro de Soares

Continuo a achar que Soares é o melhor candidato a Presidente da República. Mas se o é, é porque é um "mal menor". E acho que deveriamos ter boas opções e não o que temos. Mário Soares foi um bom presidente. Para muitos, principalmente para os da minha geração, Soares é o presidente. Goste-se ou não, Soares definiu os cânones com que o cargo é encarado, com uma precisão que ultrapassa em eficácia o estabelecido na Constituição.

Não escondi que preferia o Manuel Alegre a Soares. Seria uma lufada de ar fresco no panorama nacional. Dificilmente venceria as eleições contra Cavaco, mas deixaria mensagens, conteúdos, ideias novas, necessárias. O erro de Alegre foi não ter tido coragem de ser candidato. Coragem de se candidatar apenas para mostrar que tem fibra para o fazer. Alegre esperou e desesperou pelo apoio do partido. Um partido onde ele não será mais que um "apoiante" de Soares. Alegre, se tivesse sido fiel a si próprio, ter-se-ia candidatado sem apoio algum, além da paixão com que se move por estas lides. Sampaio, há 10 anos teve coragem para o fazer. E ganhou. O apoio do partido e dos cidadãos.

O Soares é fixe. É aquele senhor que se recusa a envelhecer (e morram longe aqueles que lhe apontam a idade como defeito...). É aquele homem que sempre lutou. Mas, a meu ver, foi agora, talvez pela primeira vez, demasiado cobarde. Ficou à espera de "ter apoios". Não é um candidato per se, é um candidato do partido. Subverteu as regras que ele próprio ajudou a criar. Ele, que enquanto presidente sempre se quis mostrar independente. Não acho que a idade lhe tenha tirado a lucidez. Mas acho que lhe tirou a garra.