sábado, janeiro 21

Travessia do deserto

Parece que a classe política, a classe mediática e opinativa e a classe jornalística se vão ter que haver com quase 4 anos sem eleições e sem campanhas.
Pessoalmente já estou a começar a ter saudades de coisas tão singelas como estes dias de reflexão e de ver os jornalistas a fingir que não há eleições amanhã e que não houve campanha ontem, numa espécie de jogo das palavras proibidas.
Olhar para os jornalistas a evitar dizer «cavaco» ou «soares» ou «alegre» ou «jerónimo» ou «louçã» ou «garcia» ou «pereira», faz-me lembrar as manhãs da Renascença com o António Sala e a Olga Cardoso e o jogo do «sim ou não» em que o ouvinte que participava podia dizer tudo menos essas duas palavras.

António Sala: Então, caro ouvinte, parece que estamos outra vez em dia de reflexão, certo?
Caro ouvinte: Pois, parece que s..., quer dizer... assim parece.
António Sala: E já decidiu em quem é que vai votar amanhã?
Caro ouvinte: Mmh... aaa...firmativo!
Olga Cardoso: E em quem é que é?
Caro ouvinte: Isso é que eu não lhe posso dizer!

Eles caíam sempre...

ps - isto tudo a não ser que haja segunda volta, em cujo caso, retiro alegremente tudo o que acabei de dizer.

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