sábado, novembro 8

y2k, v.2.0

Deve ser difícil para a pessoa de George W. Bush perceber que a notícia do fim do seu mandato foi recebida com uma euforia global que não se via desde a passagem do milénio.

Durante estes últimos anos, principalmente depois do 11 de Setembro, muitas pessoas concluiram que o período que dista desse dia à queda do muro de Berlim, cerca de 12 anos antes, tinha sido pouco mais que um interregno. E se é verdade que o 11 de Setembro reavivou trincheiras que os anos da globalização Clinton pareciam querer esbater, não é menos verdade que passar uma esponja por cima dessa década seria, pelo menos, igualmente míope.

Mas a sensação persiste. Continua a parecer que a agenda política do milénio, com os seus objectivos de eliminação da pobreza e de cuidado do ambiente, com as suas promessas de paz no Médio Oriente, com as suas ideias de reformulação dos assentos do Conselho de Segurança, do papel da União Europeia, do papel da NATO, podem agora voltar a sair da gaveta.

Parece que o mundo, oito anos depois, pode parar de suster a respiração e largar um longo e ruidoso suspiro de alívio, que os anos Bush poderão ser tanto de um interregno quanto se julgaram que os anos Clinton tinham sido. Que se pode finalmente comemorar o nascimento de um novo milénio.

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