terça-feira, novembro 2

À falta de melhor assunto

Num dia domnado per as elheições amricanas (esta é a minha melhor imitação do Pedro Bicudo, que eu espero intimamente vir a despedir um dia)... vamos falar de outra coisa qualquer.
Hoje apetece-me discorrer um bocado sobre os bons cidadãos dos nosso país, principalmente, não fosse este post acabar por ser qualquer coisa de importante ou que valesse a pena ler, da classe jornalista.
Já era assutador o suficiente o facto dos portugueses acharem todos (e aposto que entre eles se incluirão os valorosos membros deste blog) que a comunicação social se devia subsituir à polícia, ao governo e às empresas, só para nomear alguns. Parece que há quem pense que este país não anda bem (principalmente enquanto não vai ao estrangeiro) e decida fazer queixa disso... não em debates públicos ou foruns de discussão menos aligeirada que o "Opinião Pública" da SIC Notícias, ou em petições ao Parlamento e achatear os políticos que servem para nos representar... não, nada disso. Quando há um assalto, hoje em dia, a primeira coisa a fazer é chamar a TVI. A polícia vem depois.
Mas como se isso não bastasse, parece agora que os próprios jornalistas decidiram alinhar nesta alucinação colectiva a que decidimos chamar III República (ou não decidimos, porque vivemos num regime político que raramente tem nome).
Tudo isto surgiu-m ontem quando uma jornalista, futura colega nossa, futura inimiga fidagal da joaninha 1000-homens (com "h" pequeno!), entrevistava um agente da Brigada de Trânsito da PSP (ou da GNR, nunca os distingo). Páginas tantas, enquanto a jornalista tentava em vão culpar as autoridades pelo número de vítimas nas estradas durante a "Operação Outono" (estes nomes fazem-me sempre lembrar os jogos da Selecção (tens razão lameira... esta cena de andar a passar de uma imagem para a outra desconcentra mesmo os leitores)), verificou que os 12 mortos ocorridos em nada poderiam ser imputados ao Agente Lavadinho (os nomes deles acabam sempre em "inho", tmbém não sei porquê), nem a nenhum dos seus colegas, já que nenhum deles tinha distraido, ameaçado ou induzido em erro nenhum dos pacóvios que tinha tido os acidentes e que provavelmente tinham levado alguns com eles.
Não satisfeita a jornalista voltou à carga. Se a culpa não é da bófia, então deve ser do governo que não lhes dá jet-packs para voarem paralelamente aos carros condizidos pelos pacóvios, e darem uma guinada correctiva ao volante no último segundo. Também não colou.
Então e as estradas. Mmh, são perigosas de facto. Talvez seja isso então. Talvez aquilo de que os pacóvios precisassem fossem de estradas em linha recta em as localidades... correndo-se então o risco de aumentarem as corridas promovidas por aquela chungaria que, por definição, quase que inventou o termo "pacóvio": o pessoal do tunning, ou, como eu gosto de lhes apelidar "do chunning" (chunga+tunning, para os menos atentos).
Chego pois a uma conclusão. A culpa dos acidentes é, em grande medida, dos próprios acidentados, que andama nas mesmas estradas que nós, com as mesmas condições climatéricas, de piso e com carros talvez melhores, em muitos casos. Os acidentes acontecem a todos, é certo. Mas conduzir, enquanto actividade de nos transportar e de transportar outros, todos sentadinhos num carro, de um dado ponto para outro, não é uma actividade perigosa.
Mas queria deixar uma nota de esperança: se há cada vez menos acidentes é porque, evidentemente, a velocidade com que os pacóvios vão desaparecendo das estradas é maior do que a velocidade com que novos pacóvios se vão formando. Talvez sejam boas notícias não só para os condutores conscienciosos, como também para os que querem uma sociedade mais madura, mais democrática, mais participativa e mais progressista. Eu incluo-me nos últimos. E vocês?

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial