terça-feira, maio 31

Quem é que mandou vir esta Constituição??

Nós!!!

Para os esquecidos e, principalmente, para os que não sabem, vou-me dedicar um bocadinho a não falar de bola e falar de um assunto realmente importante: o futuro da instituição que conseguiu para a Europa 60 anos de paz e desenvolvimento social e económico.

Quando é que apareceu esta ideia de uma constituição para a Europa? Em Laeken, uma vilazeca da Bélgica que nunca visitei, os chefes de Estado e de Governo dos então 15, reuniram-se para o cerimonial bater nas costas uns dos outros por causa do sucesso da implementação do Euro (Euro-moeda... não vou falar de bola, ponto final.).
Com a integração monetária e financeira concluída, havia que pensar no futuro. Para isso decidiu reunir-se uma convenção com membros de todos os organismos políticos à face do continente: parlamentos nacionais, governos, parlamento europeu, comissão (o representante da comissão foi o António Vitorino), organizações da sociedade civil; chamou-se toda a gente para discutir o futuro da Europa. Aliás, o nome da convenção era mesmo esse: Convenção para o Futuro da Europa...
Os chefes de Governo, o nosso era o Guterres naquela altura, pensaram que o passo a dar seria no campo da integração "política" da União e investiram o ex-presidente francês Valery Giscard d'Estaing (um europeista nem por isso muito convicto). Para além disso, os chefes de Governo (o Guterres foi eleito por nós com quase maioria absoluta) deixaram a sugestão de condensar os tratados num documento que fosse para a integração política o que o Euro tinha sido para a integração monetária: um documento que facilitasse as férias do pessoal lá fora.
Foi isso que a convenção fez. Reuniu-se numa altura em que eu estava a viver exactamente a 30 km de Bruxelas e, talvez por isso, a prestar atenção ao assunto. Não tanta como à campanha vitoriosa do Porto na UEFA desse ano (pronto, falei de bola), mas a prestar atenção.
Quem pediu a constituição foi quem teve a sensatez de ver já em 1999 que a União precisava de continuar a crescer e a alargar-se a outros campos e fomos nós quem pediu a essas pessoas para serem sensatas, uma coisa que elas conseguem tão poucas vezes, assim como assim.
Em 2003, para concluir, foram essas mesmas pessoas que aceitaram o documento em Salónica, uma cidadezeca da Grécia, que eu também ainda não visitei. E aceitaram-no, se bem me lembro das imagens, sem nenhuma pistola apontada à cabeça.

Se os desatentos, que não sabiam que isto se estava a passar, acham que teriam não concordado com a ideia, façam o favor de votar "não".
Mas, pelo amor de Deus, votem por essa razão e não porque acham que o Sócrates ou o Raffarin estão a fazer um mau trabalho.
Eu sou a favor da constituição europeia. Acho que abre oportunidades, que facilita processos e que "provoca integração", numa altura em que o ela precisa mesmo é que a provoquem.

Miguel Maia

2 Comentários:

Blogger MiM disse...

eu já tenho uma... e você?

5/31/2005 8:23 da tarde  
Blogger Vivi disse...

In France the government sent one copy to every family...

6/01/2005 3:10 da tarde  

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