terça-feira, junho 7

Ainda a Europa...

A idiotice de dois ministros italianos ao declararem que o melhor seria mesmo pôr em causa o Euro e voltar à Lira, foi a gota de água. É verdade que eram dois ministros da Lega Nord, este partido que tem por lema "nós só estamos a dizer os que os outros só se arriscam a pensar", um lema, aliás, já usado pelo partido nazi na Alemanha dos anos 30... mas são dois Ministros! da República Italiana, os que se arriscaram a falar.
O grande problema do projecto Europeu é que não há termo de comparação. Ninguém pode saber o que seria da Europa, se a União não tivesse existido. O exercício de imaginação é mais do que fútil e leva invariavelmente à demagogia, mas há alguns exemplos interessantes.
Quem daqui sabe qual foi o único país do antigo bloco comunista que, à entrada para os anos 90', não recebeu fabulosas promessas de adesão, primeiro à NATO e depois à UE?
Tem uns segundinhos para pensar...
Foi a Federação Jugoslava, é verdade.
E se pensam que os Balcãs são diferentes, porque são um barril de pólvora étnico e religioso, deixem-me falar-vos da Hungria, com boa parte da população a viver na Jugoslávia!, ou na Austria; deixem-me falar-vos da Polónia, com Alemães, Russos, Checos e toda a sorte de povos a coexistir numa nação de menos de 100 anos; ou dos países bálticos, etc. etc. etc.
A Europa de Leste era (e ainda é) um gravíssimo barril de pólvora que não podíamos deixar de fora. A função da União é pormover a paz e o desenvolvimento, em benefício dos países mais pobres e à custa dos mais ricos. Os mais ricos precisam de perceber que, se assim não fosse, aquilo que perderiam seria incomparavelmente maior.

Miguel Maia

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