Cunhalices
Para acabar de vez com as discussões sobre a figura política que foi Álvaro Cunhal, o artigo de Vasco Pulido Valente no Público de hoje:
Portugal não se respeita
Parece que Álvaro Cunhal foi uma figura "importante, "central", "ímpar" do século XX português. Muito bem. Estaline não foi uma figura "importante", "central", "ímpar" do século XX? Parece que Álvaro Cunhal foi "determinado" e "coerente". Hitler não foi? Parece que Álvaro Cunhal era "desinteressado", "dedicado" e "espartano". Salazar não era? Parece que Álvaro Cunhal era "inteligente". Hitler e Salazar não eram? Parece que Álvaro Cunhal sofreu a prisão e o exílio. Lenine e Estaline não sofreram? As virtudes pessoais de Álvaro Cunhal não estão em causa, como não estão as de Hitler, de Estaline, de Lenine ou de Salazar. O que está em causa é o uso que ele fez dessas virtudes, nomeadamente o de promover e defender a vida inteira um regime abjecto e assassino. Álvaro Cunhal nunca por um instante estremeceu com os 20 milhões de mortos, que apuradamente custou o comunismo soviético, nem com a escravidão e o genocídio dos povos do império, nem sequer com a miséria indesculpável e visível do "sol da terra". Para ele, o "ideal", a religião leninista e estalinista, justificava tudo.Dizem também que o "grande resistente" Álvaro Cunhal contribuiu decisivamente para o "25 de Abril" e a democracia portuguesa. Pese embora à tradição romântica da oposição, a resistência comunista, como a outra, em nada contribuiu para o fim da ditadura. A ditadura morreu em parte por si própria e em parte por efeito directo da guerra de África. Em França, a descolonização trouxe De Gaulle; aqui, desgraçadamente, o MFA. Só depois, como é clássico, Álvaro Cunhal aproveitou o vácuo do poder para a "sua" revolução. Com isso, ia provocando uma guerra civil e arrasou a economia (o que ainda hoje nos custa caro). Por causa do PREC, o país perdeu, pelo menos, 15 anos. Nenhum democrata lhe tem de agradecer coisa nenhuma.Toda a gente sabe, ou devia saber, isto. O extraordinário é que as televisões tratassem a morte de Cunhal como a de um benemérito da pátria. E o impensável é que o sr. Presidente da República, o sr. presidente da Assembleia da República, o sr. primeiro-ministro e dezenas de "notáveis" resolvessem homenagear Cunhal, em nome do Estado democrático, que ele sempre odiou e sempre se esforçou por destruir e perverter. A originalidade indígena, desta vez, passou os limites da decência. Obviamente, Portugal não se respeita.
Portugal não se respeita
Parece que Álvaro Cunhal foi uma figura "importante, "central", "ímpar" do século XX português. Muito bem. Estaline não foi uma figura "importante", "central", "ímpar" do século XX? Parece que Álvaro Cunhal foi "determinado" e "coerente". Hitler não foi? Parece que Álvaro Cunhal era "desinteressado", "dedicado" e "espartano". Salazar não era? Parece que Álvaro Cunhal era "inteligente". Hitler e Salazar não eram? Parece que Álvaro Cunhal sofreu a prisão e o exílio. Lenine e Estaline não sofreram? As virtudes pessoais de Álvaro Cunhal não estão em causa, como não estão as de Hitler, de Estaline, de Lenine ou de Salazar. O que está em causa é o uso que ele fez dessas virtudes, nomeadamente o de promover e defender a vida inteira um regime abjecto e assassino. Álvaro Cunhal nunca por um instante estremeceu com os 20 milhões de mortos, que apuradamente custou o comunismo soviético, nem com a escravidão e o genocídio dos povos do império, nem sequer com a miséria indesculpável e visível do "sol da terra". Para ele, o "ideal", a religião leninista e estalinista, justificava tudo.Dizem também que o "grande resistente" Álvaro Cunhal contribuiu decisivamente para o "25 de Abril" e a democracia portuguesa. Pese embora à tradição romântica da oposição, a resistência comunista, como a outra, em nada contribuiu para o fim da ditadura. A ditadura morreu em parte por si própria e em parte por efeito directo da guerra de África. Em França, a descolonização trouxe De Gaulle; aqui, desgraçadamente, o MFA. Só depois, como é clássico, Álvaro Cunhal aproveitou o vácuo do poder para a "sua" revolução. Com isso, ia provocando uma guerra civil e arrasou a economia (o que ainda hoje nos custa caro). Por causa do PREC, o país perdeu, pelo menos, 15 anos. Nenhum democrata lhe tem de agradecer coisa nenhuma.Toda a gente sabe, ou devia saber, isto. O extraordinário é que as televisões tratassem a morte de Cunhal como a de um benemérito da pátria. E o impensável é que o sr. Presidente da República, o sr. presidente da Assembleia da República, o sr. primeiro-ministro e dezenas de "notáveis" resolvessem homenagear Cunhal, em nome do Estado democrático, que ele sempre odiou e sempre se esforçou por destruir e perverter. A originalidade indígena, desta vez, passou os limites da decência. Obviamente, Portugal não se respeita.
9 Comentários:
Sinceramente, que nojo de Post...
Tudo o que o homem diz é indisputável. Porque é que é nojento? Só porque não concordas? A atitude acrítica que tu tens perante a figura política - e repito figura política - de Cunhal é que cheira um bocado mal.
só te digo uma coisa...tu que não honras o vasco que tens no nome:
A VIDA TEM FIM MAS A LUTA É ETERNA.
Se ainda estivesses a falar de um otelo saraiva de carvalho ou assim, ainda percebia.
o guterres, actual acnur, um pacifista insuspeito, já apoiou acções da nato sobre a sérvia;
o durão, actual presidente da comissão, assim como tu, apoiou uma guerra na iraque sem a aprovação do conselho de segurança das nações unidas...
as atrocidades que se apoiam não são um bom barómetro.
vocês são de rir...já não pode um homem morrer descansado...
Mesmo sendo pseudo-comunista o que importa é não ter um vazio de espírito como vocês têm...o Cunhal foi um dos homens que contribuiu para acordar do marasmo que era o nosso país...ou pensam que há 30 anos podiam ir para o bairro beber jolas e fumar charutos?? Vocês todos manquem-se! Deviam era estar agradecidos por terem existido neste país nomes como o de Álvaro Cunhal e Vasco Gonçalves. E acabaram-se as conversetas sobre este assunto. Mais uma vez repito a vocês todos (principalmente ao homer simpson, ao tom green e ao pseudo-hitler): MANQUEM-SE.
Aos que nunca serão esquecidos em Portugal, na Europa e no Mundo: ATÉ AMANHÃ CAMARADAS.
Ó Rita, se posso fazer oq ue eu quero e bem me apetece, não o devo nem ao camarada Vasco nem ao doutor Cunhal. Desconheço mesmo o papel que estes dois senhores tiveram no 25 de Abril. Mas tenho uma ideia dos que eles fizeram até ao 25 de Novembro. Se eles tivessem vencido, se calhar não podia fazer o que me apetecesse, ao contrário do que tu dizes. O que não retira o valor da luta de Cunhal contra a ditadura. Só que é preciso perceber que essa luta tinha um propósito - instalar outra ditadura. Diferente, mas igualmente má.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
jl não podes falar numa "ditadura igualmente má" porque ela nunca aconteceu em portugal...e já dizia a tua parente alcina "não negues à partida uma ciência que desconheces".
No entanto, estou de acordo contigo em muitas das coisas que dizes...não gosto é da má imagem que tu e outros pintam do cunhal e do camarada vasco. São figuras importantes, símbolo de uma luta que nós frutos dos 80, certamente admiraríamos com todo o fervor se tivessemos vivido o 25 de Abril.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial