Nós e a ONU
Faz 60 anos agora. O Mundo traumatizado com uma guerra por demais sangrenta decidiu que tal barbárie não se repetiria. Uniram-se na ressaca. Num momento de euforia acharam que as diferenças que os separavam em nada impediriam o sucesso desta união.
60 anos depois a fé ruiu perante a realidade. A ONU não tem a força que deveria ter porque uns quantos não abdicam da força que não deveriam ter.
Como tudo o que nasce de uma ressaca, a ONU não passou de uma ilusão...
60 anos depois a fé ruiu perante a realidade. A ONU não tem a força que deveria ter porque uns quantos não abdicam da força que não deveriam ter.
Como tudo o que nasce de uma ressaca, a ONU não passou de uma ilusão...
6 Comentários:
Acho que se passa o contrário: a ONU não tem força porque há quem não queira ter a força política e militar correspondente à sua dimensão económica. Se a Europa apostasse a sério na defesa - o que implicaria uma mudança de atitude das sociedades europeias -, os EUA não usufruiriam da hegemonia que hoje possuem.
Eu até concordo com o que disseste. Mas a ONU deveria ser a maior potência militar, para que a Europa não tivesse de se armar até aos dentes para fazer frente aos EUA - aliás, um dos objectivos da ONU era que os países, assim de uma maneira geral, não andassem a "fazer frente" uns aos outros.
Joana!
Que grande casório não foi?
Foi brutal!
vamos a coisas sérias então:
1. Apesar de simpatizar com grande parte da estratégia norte-americana pós-11 Setembro, não concordo com a secundarização da ONU. Por outro lado esta só faz sentido (eficácia) se os seus principais financiadores estiverem fortes económica, política e militarmente. Falo dos EUA e Japão, sobretudo. Portanto, parece-me incorrecto falar num contraponto da Administração à ONU e vice-versa, até porque não é do interesse de nenhuma das partes que este vínculo termine.
2. Outro ponto é o da eficácia e adaptação da ONU às transformações do sistema internacional. Se é um facto aceite por todos que a reforma é imprescindível, também devemos ter em atenção que ela será sempre muito difícil de se concretizar. Ou pelo menos de ter um alcance tão alargado como se espera. Por uma razão simples e que, em última análise é a explicação mais realista das relações internacionais: os Estados que têm poder nunca irão abdicar dele. Acresce a este ponto que existem mesmo alguns (França) que têm mais relevância e poder no sistema internacional do que efectivamente possuem. É por estes e outros factores (como ter igualdade de voto na AG ONU entre ditaduras sanguinárias e democracias pluralistas) que a ONU se auto-descredibilizou.
bjs!
Bernardo
Babe,
Nunca disse que a ONU não deveria ter existido. Só disse que foi uma desilusão. Se ainda acreditas que a ONU tem força para cumprir os objectivos p que foi criada, quem está mal, parece-me, n sou eu...
Consegues ler o que eu escrevo? Ou lês já a achar que o que vou dizer está mal? A ONU não foi criada para prestar auxílio pontual a certas populações com fome. Foi criada para acabar com a pobreza, a fome e o desrespeito pelos direitos humanos. Sim, tem feito muito nesse sentido, NUNCA disse o contrário. Mas consegues dizer que, com o avanço tecnológico que tivemos, não foi uma desilusão. Basta, de vez em quando, pegares num jornal paraveres que estamos muito aquém daquilo a que nos propusemos há 60 anos atrás
Joana, mas se a ONU estivesse "armada até aos dentes", para que serviria o exército? Para combater extra-terrestres? Parece-me que o problema da ONU reside nos factos apontados pelo Bernardo: a igualdade de voto entre democracias e ditaduras (a Líbia como presidente do comité de direitos humanos, por exemplo!), o facto de os EUA terem demasiado poder, já que o Japão e a Europa não têm um peso político e militar semelhante à sua dimensão económica (devido à "covardia" e pacifismo extremo das respectivas opiniões públicas, com as devidas ressalvas no caso japonês). Além disso, admitir o Brasil e outras potências médias e ditas "do futuro" (serão mesmo?) no Conselho de Segurança só vai aumentar a confusão e a ineficácia da ONU. É verdade que o actual modelo da ONU não reflecte as actuais realidades, como repetem jornalistas e comentadores; mas isso é porque hoje não existem cinco potencias cujo poder tem alcance global, como em 1945, mas sim apenas uma. Perdoem-me o realismo, mas não há paz sem força; "se queres a paz prepara a guerra", diziam os romanos. Foi o "equilíbrio do terror" nuclear que deu à Europa o mais longo período de paz em 1500 anos. A solução passa por isso, em adoptar uma postura realista face ao actual equilíbrio de forças e às ameaças que se nos colocam. Mestre Tosta: Parece-me que compreendeste mal o que a Joana escreveu.
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