Estava eu a preparar-me para lançar um belo debate sobre a Europa...
... quando o presidente da República se decidiu dissolver o parlamento. O que ele fez, na minha opinião, faz um pouco lembrar aqueles árbitros que não marcam um penalti claríssimo e depois tentam compensar a equipa que ficou a perder, marcando um penalti inexistente. Não é que o Santana Lopes não seja daqueles centrais trapalhões que fazem tudo para deixar ficar mal a equipa... não fosse ele aliás do Sporting.
A questão é que com o governo em funções (mais demissão de 4 dias, menos demissão de 4 dias) o presidente não se podia ter lembrado de pior altura para fazer isto. Devia tê-lo feito quando o Durão abandonou o governo que liderava e foi para Bruxelas tentar arranjar comissário não-fascistas... ele que nem isso consegue. As eleições antecipadas para Fevereiro do ano que vem põem em causa um ano de orçamentos de estado e vai, se o PS ganhar, deixar um governo a gerir um orçamento elaborado com as ideias do outro. Dir-me-ão que é para isso que servem os orçamentos rectificativos, mas as coisas nem se ficam por aqui. O debate sobre a Europa, sobre os problemas da justiça, assim como uma série de outros problemas, precisam de continuidade nos governos para poderem ser finalmente atacados. E é nesse aspecto que menos concordo com a atitude do presidente. Bem ou mal, a maioria eleita pelos portugueses (e escuso de dizer que não me revejo minimamente nela) estava a preparar algumas alterações de fundo. Por exemplo, o plano do Álvaro Barreto e outros planos parcelares do António Mexia, esse tecnocrata da pior espécie, ficam a meio de um processo de decisão que, a bem da democracia, ainda tinham dois anos para mostrar o que valem.
Pois eu digo que, de esquerda ou não, este presidente errou e a sua atitude, favorável à esquerda ou não, pôs em causa um dos princípios básicos do nosso sistema: não se governa para as sondagens porque os resultados da governação só serão votados ao fim de uma legislatura, diz a nossa constituição, de 4 anos.
Miguel Maia
A questão é que com o governo em funções (mais demissão de 4 dias, menos demissão de 4 dias) o presidente não se podia ter lembrado de pior altura para fazer isto. Devia tê-lo feito quando o Durão abandonou o governo que liderava e foi para Bruxelas tentar arranjar comissário não-fascistas... ele que nem isso consegue. As eleições antecipadas para Fevereiro do ano que vem põem em causa um ano de orçamentos de estado e vai, se o PS ganhar, deixar um governo a gerir um orçamento elaborado com as ideias do outro. Dir-me-ão que é para isso que servem os orçamentos rectificativos, mas as coisas nem se ficam por aqui. O debate sobre a Europa, sobre os problemas da justiça, assim como uma série de outros problemas, precisam de continuidade nos governos para poderem ser finalmente atacados. E é nesse aspecto que menos concordo com a atitude do presidente. Bem ou mal, a maioria eleita pelos portugueses (e escuso de dizer que não me revejo minimamente nela) estava a preparar algumas alterações de fundo. Por exemplo, o plano do Álvaro Barreto e outros planos parcelares do António Mexia, esse tecnocrata da pior espécie, ficam a meio de um processo de decisão que, a bem da democracia, ainda tinham dois anos para mostrar o que valem.
Pois eu digo que, de esquerda ou não, este presidente errou e a sua atitude, favorável à esquerda ou não, pôs em causa um dos princípios básicos do nosso sistema: não se governa para as sondagens porque os resultados da governação só serão votados ao fim de uma legislatura, diz a nossa constituição, de 4 anos.
Miguel Maia
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