quinta-feira, fevereiro 24

Bandeiras

Até aposto que já sei quais vão ser as bandeiras dos príncipais partidos na campanha (que por aí a rebentar) para as legislativas de 2008. Aliás, sempre tive a ideia de que estas coisas se tornam claras exactamente no momento em que se fazem os discursos da noite eleitoral do acto anterior. Desta vez quero pôr esta esperiência sociológica à prova e deixar à posteridade as minhas previsões.

A campanha do PS é, talvez, a que ainda me levante mais dúvidas porque, apesar de tudo, é capaz de ter um bocadinho a ver com o que eles vão ou não fazer... mas não muito.
Mesmo assim, de certeza que vão dizer "que a maioria é uma experiência a repetir", "que fizeram muito por este país" e "não cairam na tentação de, como outros, pôr a maioria ao serviço do partido, mas ao serviço de Portugal"... no fundo, "que precisam de uma nova maioria clara para poder manter Portugal no rumo dos progressos que foram feitos nestes últimos 4 anos"... sejam eles quais forem.

Já as bandeiras do PSD são clarinhas como água: "O país está de pantanas", "ai, o défice! ai o défice!", "o PSD vai, mais uma vez na sua história, ter que corrigir o despesismo socialista e oferecer a Portugal uma solução de governação responsável", "eles, que nem souberam negociar na União os fundos comunitários e deixaram o país de rastos"... embora não ache que se arrisquem a usar o termo "tanga" outra vez...
Por fim "o sonho de Sá Carneiro": um presidente, o Cavaco, uma maioria e um governo (que, se bem me lembro, é repetir duas vezes a mesma coisa... o que até fica mal para um partido que se diz da eficácia).

A CDU tem as mesmas bandeiras desde que existe, nem tem piada estar aqui a prever o que é que eles vão dizer.

O PP vai dizer "que é tempo de voltar ao governo", "que já tem provas dadas" e vai apelar à imagem cândida do "saudoso Paulo Portas". "A esquerda deixou o país de rastos", numa tentativa de se colar ao PSD para a coligaçãozinha e "repetir o exemplo de Portas", seja qual for o cargo que ele assuma "em nome de um ideal de centro-direita e direita democrática".

O Bloco vai estar à rasca porque corre o risco de se tornar evidente que 3 deputados faziam tanto barulho como 8, se não faziam ainda mais, lá no sua aldeia de irredutíveis gauleses, contra as forças corruptas da civilização. Mesmo assim, as bandeiras devem ser iguais às da CDU, só que sem usar literalmente os termos "piscar o olho à direita" ou "governar contra os trabalhadores" em "favor dos grandes interesses instalados".

A ver vamos.

Miguel Maia

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