terça-feira, março 29

Não é tudo a mesma coisa...

Estava ontem ao telefone quando, a fazer zapping, tropeço num daqueles programas que discutem futebol. Discutiam o jogo do Sporting-Porto apaixonadamente ("era penalti", "não, não era"). Comentei que aquilo não fazia sentido, que contra factos não há argumentos, que vissem as cassetes em câmara lenta que já não tinham dúvidas, que deixassem de ser casmurros. O meu interlocutor, calmamente, responde: "é como a política". Fiquei uns momentos sem palavras (e todos nós sabemos como é difícil que tal aconteça).

É que, embora os senhores de ontem tivessem um discurso mais rasca e fatos mais manhosos, a forma como discutiam tinham o seu quê de debate político (sem as luzinhas dos 30 e 10 segundos). A mesma cegueira, o mesmo vazio. A mesma análise aleatória dos factos. A mesma recusa em ver as coisas como elas são. O constante recurso a linhas de pensamento demagógicas.

Acredito que para os meus colegas de blog eu esteja a constatar o óbvio (ou talvez não, a julgar pelos posts que o Miguel insiste em publicar sobre o FCP). O que me choca, a ser sincera, é que, para mim, o clubismo é uma questão de fé. De sentimento. É uma coisa irracional e como tal, dada a raciocínios ilógicos. Já a política deveria ser uma forma de pensar. De fazer uma análise do real, objectiva, que nos permita alcançar um bem-comum. Defender um partido, não é o mesmo que defender um clube de futebol. Sou do Sporting, para o bem e para o mal, para mim, será sempre o melhor dos clubes. Mas espero ter a presença de espírito para não me deixar levar por "clubismos" ideológicos e consiga sempre ser objectiva na análise dos factos políticos. Podem rir-se, mas acho que, pelo menos, vou tentar...

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