domingo, março 20

Um País chamado USA

Não querendo tomar partidos nesta batalha bloguística entre o Maia e o Lameira (já bastou a do Freitas...), gostaria apenas de divagar um pouco sobre o assunto.

Aquando das eleições nos EUA, fartei-me de refilar (e todos sabemos em como sou expert nesse domínio...) a propósito de W ser candidato. Por isso, o meu choque aumentou ainda mais quando ele ganhou. Não entendia. Ao contrário do que muitos acreditam, não sou nem nunca fui, anti-americanista. Mais, tenho um certo respeito pela cultura cívica do país. Pelo seu sentido democrático. Claro que o americano médio é burro, como o português médio também o é (basta ver as declarações sobre a Fátima Felgueiras....), mas como nos EUA eles são 15 vezes mais, digamos que os broncos têm mais "visibilidade". O que me chocava era um deles chegar a Presidente.

Enfim, depois do mal feito (a reeleição do Bush Jr.), tenho tentado entender um pouco mais aquele povo - à semelhança do que fiz aquando do 11/9 e tentei entender o Mundo Islâmico. É que apesar de se falar muito do eixo Atlântico, do grande mundo Ocidental, etc., etc., há diferenças culturais imensas que nos separam dos sobrinhos do Tio Sam.

Há a questão religiosa. Parece irrelevante mas não é. Nós (europeus) temos uma cultura cristã. Individualistas, acreditando que perdoar é a maior das virtudes, etc., etc., etc. Ora, relembro que os Estados Unidos foram inicialmente povoados por dissidentes desta visão. Os chamados ultra-conservadores ou puritanos, que dão uma maior ênfase aos textos do Antigo Testamento. Para os mais desatentos, nestes textos defende-se a lógica do "olho por olho, dente por dente", a visão da religião como elemento definidor de um povo, "os eleitos de Deus". É também esta a visão dos Judeus - como sabem aquilo que separa católicos de judeus é o Novo Testamento. Não me parece difícil encontrar vestígios (estão quase a néon...) destas crenças nos discursos de George W. Bush.

Por outro lado, a geração que ocupa os cargos dominantes nos EUA, cresceu em plena Guerra Fria. O medo dos ataques atómicos era uma constante. Estes senhores que agora falam de Democracia à boca cheia, passaram a infância a aprender como construir um bunker em 5 minutos. Fazia parte dos programas educativos estes simulacros. É normal que aqueles que sejam menos informados (aquelas paletes infinitas de americanos médios) sintam de facto, que "somos nós contra o mundo", e que tenham ficado histéricos com o ataque às Torres Gémeas.

Enfim, dadas as circunstâncias, este é o Presidente que, neste momento, eles tinham de ter. Se calhar agora compreendo um pouco as atitudes que tomam. Não concordo com elas. Mas acima de tudo, e porque serei sempre uma eterna optimista, espero que para a próxima escolham um americano acima da média, para liderar uma nação que tem tanto de bom para dar ao Mundo.

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