sábado, abril 2

João Paulo

Este momento está a pôr a nú uma contradição brilhante entre duas forças de características opostas em absoluto: a velocidade da Televisão e o tempo da Vida e da Morte, a moderna Comunicação e a eterna Teologia.
O Papa está a morrer e a Televisão não sabe muito bem o que fazer em relação a isso. Não é novidade que a morte das pessoas seja sistematicamente arredada do mundo virtual da Televisão, mas não esperava tanta surpresa face ao facto de a Morte não ser telegénica, não ter um tempo de entrada "à hora marcada de um comunicado" (ouvi a expressão mesmo agora na televisão... estou a escrever e a ouvir um noticiário da SIC ao mesmo tempo).
Acho que nos esquecemos de ensinar uns aos outros que a Morte está no fim, de que precisamos absolutamente de saber o que há dentro de nós que contradiga esse fim, se é que há alguma coisa. Não sabemos mais como dizê-lo, o que pensar disso, como reagir, como entender.
O Papa deixa-nos, nisso e em algumas outras coisas, um exemplo de que não nos atrevemos mais a afastar o olhos.

Miguel Maia

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