Brilhantismo
"E o verdadeiro dilema é este os europeus não têm forma de pressionar, não actuam em tempo útil, não são determinados, e isso obriga a que os americanos ajam. Não se queixem, depois."
O Luís Delgado é um homem brilhante. Consegue dizer coisas maravilhosas, assim, sem nos preparar nem nada. Agora, O Iluminado, queixa-se que a Europa é soft. Vamos pela via - inútil, claro - do diálogo, não invadimos, não mandamos bombas e até temos uma opinião pública que se queixa quando matamos um terrorista no Metro (oooops, pois é, não era terrorista... Mas fugiu para o Metro e toda a gente sabe que fugir para o Metro é sinal de terrorismo...).
Ora, é por essas e por outras que os Americanos (oh, veneráveis deuses habitantes da land of freedom), depois têm de intervir. Porque eles nem gostam. E até têm toda uma indústria de armamento que está farta de tanto trabalhar para manter guerras que podiam ser, perfeitamente, da Europa.
Agora Luís Delgado, oh, tu que vês enquanto nós dormitamos, vem avisar-nos para os perigos do Irão, essa nação de maquiavélicos pertencente ao eixo do mal. Pois é, parece que eles querem construir a bomba atómica. Parece. E o Luís Delgado confia, porque acha que lá por eles se terem enganado no Iraque, não quer dizer que se enganem agora.
O Nosso Mestre declara ainda que os iranianos são loucos. Eu, pessoalmente, nunca conheci nenhum, mas parece-me que o Ilustríssimo não diria uma coisa dessas, assim, se não conhecesse, pessoalmente, pelo menos, uns milhões deles. Por exemplo, o Astérix para dizer o mesmo dos Romanos, teve de se bater com muitos deles.
Mas como Luís, o Grande, não deixa de lembrar, loucuras destas têm remédio: o mesmo prescrito para o Iraque, pois claro! Nada como invadir, saquear, destruir e matar para pôr um país no eixo do Bem. De facto, nós, Europeus (menos o Luís Delagado, claro) temos de deixar de ser bárbaros...
O Luís Delgado é um homem brilhante. Consegue dizer coisas maravilhosas, assim, sem nos preparar nem nada. Agora, O Iluminado, queixa-se que a Europa é soft. Vamos pela via - inútil, claro - do diálogo, não invadimos, não mandamos bombas e até temos uma opinião pública que se queixa quando matamos um terrorista no Metro (oooops, pois é, não era terrorista... Mas fugiu para o Metro e toda a gente sabe que fugir para o Metro é sinal de terrorismo...).
Ora, é por essas e por outras que os Americanos (oh, veneráveis deuses habitantes da land of freedom), depois têm de intervir. Porque eles nem gostam. E até têm toda uma indústria de armamento que está farta de tanto trabalhar para manter guerras que podiam ser, perfeitamente, da Europa.
Agora Luís Delgado, oh, tu que vês enquanto nós dormitamos, vem avisar-nos para os perigos do Irão, essa nação de maquiavélicos pertencente ao eixo do mal. Pois é, parece que eles querem construir a bomba atómica. Parece. E o Luís Delgado confia, porque acha que lá por eles se terem enganado no Iraque, não quer dizer que se enganem agora.
O Nosso Mestre declara ainda que os iranianos são loucos. Eu, pessoalmente, nunca conheci nenhum, mas parece-me que o Ilustríssimo não diria uma coisa dessas, assim, se não conhecesse, pessoalmente, pelo menos, uns milhões deles. Por exemplo, o Astérix para dizer o mesmo dos Romanos, teve de se bater com muitos deles.
Mas como Luís, o Grande, não deixa de lembrar, loucuras destas têm remédio: o mesmo prescrito para o Iraque, pois claro! Nada como invadir, saquear, destruir e matar para pôr um país no eixo do Bem. De facto, nós, Europeus (menos o Luís Delagado, claro) temos de deixar de ser bárbaros...
6 Comentários:
Repara nas recentes declarações do senhor Hussain não-sei-quantas, representante da República Islâmica nas negociações com a "troika" europeia, à televisão iraniana: "(...) a Europa ajudou-nos muito, porque nos deu tempo para continuar avançar com o programa nuclear"... ou seja, os mullahs entraram nas negociaçoes apenas para ganhar tempo. Mas claro, é como diz o Artur Jorge: "o importante é fazer coisas bonitas". Até ao dia em que a Europa pagar caro a covardia e o falso pacifismo (tão nocivos e irracionais como o belicismo exacerbado), com uma bomba atomica em cima ou com a bandeira do crescente a flutuar sobre o Louvre, Downing Strett ou os Jerónimos.
Eu só acho que a nossa resposta nos colocou no mesmo nível... é que a mim, apesar de racista na hora de votar, faz-me tanta impressão ver ingleses mortos no Metro, como Iraquianos mortos em casa...
A mim também me faz "impressão". Mas repara que os atentados começaram em 1993. Não começaram com a invasão do Iraque. E para ser sincero, também me provocava uma certa indisposição saber dos milhões de assassinados, perseguidos e torturados pelo regime de Saddam. E a ti? Bem como sei perfeitamente que ceder no Iraque seria catastrófico para a Europa e para o mundo. Seria entregar o país a uma corja de bandidos e assassinos. É isso que queremos? Um estado-pária, fundamentalista, totalitário, armado até aos dentes e pregando a "jihad" global, mesmo aqui ao lado? O curioso nisto tudo é que a Europa tem mais a perder com uma retirada americana que os próprios EUA. Mas claro, a nossa atitude deve ser: levar na cabeça e pedir desculpa por existirmos. "Desculpem lá, obrigado por nos terem alertado para as nossas imperfeições, voltem sempre e rebentem umas bombas sempre que quiserem! Voltem sempre e obrigado por serem tão bons, tão justos, tão misericordiosos, tão civilizados, tão educados e tão generosos em corrigir-nos como um pai a um filho, e obrigado também por quererem converter nos ao islão..."
Porque é que tens de ser maniqueísta? Para ti entre destruir um país e falinhas mansas não há meio termo...
Eu não estou a ser maniqueísta; muito pelo contrário, sei ver que o mundo não é a preto e branco. Reconheço que o Ocidente tem falhas, mas ao mesmo tempo sei que o terrorismo fundamentalista é uma ameaça a tudo aquilo que o Ocidente tem de bom: democracia, liberdade e tolerância. Como no passado o foi o nazismo, o fascismo e o estalinismo. Negociar com Bin Laden, ou tentar "compreendê-lo" faria tanto sentido como negociar com Hitler. E nisto não pode haver meios termos. Ou serias capaz de negociar com os Nazis? Quanto ao destruir um país, a História fará o seu juízo. E creio que os iraquianos, se devidamente apoiados, poderão vir a viver num estado democrático, livre e virado para o futuro. Os verdadeiros "resistentes" não são os assassinos que se fazem explodir junto de crianças, mas os 60 por cento de iraquianos que desafiaram o terror, indo votar. Esses estão contra a presença da América, mas também não querem o terror taliban. Mas a esquerda europeia não compreende isso, nem percebe que somos nós os maiores interessados num Iraque estável e democrático (e não os EUA, não tão dependentes do petróleo árabe nem vizinhos do mundo islâmico).
p.s.: e quanto às falinhas mansas de Bin Laden e afins, são tão "mansas" como os de outros ideólogos que no passado quiseram mudar o mundo, tipo Hitler, Mussolini e outros que atingiram o poder pela lei da bala. Mas estes, pelo menos, não praticavam terrorismo "apocalíptico".
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