Uma questão de precisão
Miguel,
Não confundir a cultura suburbana, com esta questão. Não confundir Almadas e Massamás com Chelas e Pontinha ou Brandoa.
Uma coisa é a massa fruto de uma sociedade de consumo cujo desenvolvimento económico não foi acompanhado por um desenvolvimento cultural.
Outra é uma massa com uma identidade cultural difusa contruida por oposição a uma cultura dominante que a subjuga e exclui.
Não confundir a cultura suburbana, com esta questão. Não confundir Almadas e Massamás com Chelas e Pontinha ou Brandoa.
Uma coisa é a massa fruto de uma sociedade de consumo cujo desenvolvimento económico não foi acompanhado por um desenvolvimento cultural.
Outra é uma massa com uma identidade cultural difusa contruida por oposição a uma cultura dominante que a subjuga e exclui.
13 Comentários:
Uma pequena provocação: E o que é o "desenvolvimento cultural"? A cultura "desenvolve-se"? :)
Com a falta de cultura que tanta gente por aí mostra, podes crer que se desenvolve...
Joana,
O que eu acho é que há uma combinação de factores em França em que se sobrepõem as Almadas e as Massamás, sem desprimor para quem as habita, às Covas da Moura e às Zonas J...
... para além de se ter que introduzir o factor da idiotice do nosso amigo "Sarko".
filipe:
a passagem de uma população de analfabetos para uma população com alguma cultura que não a do shopping é um desenvolvimento...
Miguel,
Não acho que os fenómenos se sobrepõem, acho que eles padecem dos mesmos males, mas a uma escala maior e mais refinada...
Sou muito céptico em relação a "desenvolvimentos culturais", porque geralmente isso implica a existência de uma élite iluminada que assume a função de guiar as massas. Mas se encarares a cultura como um conjunto de saberes de história, literatura, arte, filosofia e outras vertentes do conhecimento humano (bem como de cultura cívica), então estou de acordo... pode-se desenvolver isso.
É bem patente como é que o sr. Sarkozy trata da "escumalha". A sua entrada no Ministério do Interior foi sob o signo do "fim das políticas de prevenção e do primado das de repressão 'a sério'", o que resultou num corte puro e simples de todas as verbas destinas a programas de integração e a implementação da famosa lei que arma todos os polícias até aos dentes.
Para além disso, também teve o descaramento de repreender os polícias que tinham atitudes dialogantes com a "escumalha" dizendo publicamente que os estava a castigar porque "polícias não são assistentes sociais"... era só o que lhe faltava, depois de ter tido tanto trabalho a acabar com as assistentes, ver os polícias tentar substitui-las...
Não acho que ele seja nem a segunga nem a terceira causa mais importante da violência em França, mas de facto não ajuda nem um bocadinho.
Mas uma coisa é verdade: os vândalos que incendeiam, destroem e espancam são escumalha (para não lhes chamar coisas piores). E era a estes - e não à população dos suburbios em geral - que Sarkozy se referia (o termo "racalha" foi usado em resposta a uma moradora dos subúrbios que perguntou ao ministro quando é que ele "limparia a racalha").
Meu caro, um membro do governo não pode, repito, não pode chamar escumalha a quaisquer indivíduos da sua população. E já agora, gostava que demonstrasses de uma forma objectiva, o porquê dessa tua primeira afirmação.
não pode, a não ser que esteja disposto a que lhe chamem escumalha a ele.
E um político tão demagógico, tão prepotente e tão míope não se devia expor a esse risco...
Todos os populistas que fazem e acontecem e que julgam resolver seja o que for sem ter que iniciar políticas a longuíssimo prazo que, antes de funcionarem, ainda vão ter que ser concluidas pelos sucessores dos seus sucessores... estes políticos têm sempre uma sedução pelas armas e pela força como quem encontrou a única forma de fazer qualquer coisa que tem resultados imediatos, que é reprimir sem resolver.
O que é preocupante e demagógico é a forma como alguns políticos encaram este tipo de canalhices. Por exemplo, a atitude do "Maire" que foi ao funeral dos miúdos electrocutados (e fez bem), mas que se recusou a comparecer ao do sexagenário que foi espancado por um desses canalhas que andam a incendiar carros. É essa duplicidade de critérios que é realmente demagógica. É a eterna lógica dos coitadinhos, de aliviar a responsabilidade individual - ninguém é obrigado a cometer crimes, e olha que os verdadeiros pobres não os cometem -, diluindo as culpas no "sistema" ou na "sociedade". Quanto ao governante poder chamar canalhas aos canalhas, não vejo porque não. Por ser ministro? A ideia que fico disto é: eles destroem e matam, mas ficam muito magoados porque lhes chamam "canalhas". Se eles não são canalhas, quem é? O Sarkozy? Pois...
Em breve vão começar a dizer que "a esquerda" apoia a vandalização dos carros ou até a morte das pessoas.
É preciso punir quem queimou carros e quem matou pessoas, e quem continua a queimar carros e a matar pessoas. É preciso travar essas pessoas e puni-las.
Só não acho que deva ser um tão grande motivo de confusão a pessoas inteligentes que eu escreva no mesmo comentário, que quem, entre outras atrocidades intelectuais, fez cortes cegos a todos os apoios às intituições viradas para a integração das comunidades imigradas é e-s-t-ú-p-i-d-o.
Maia, tou com saudades tuas...
Sugiro uma visita ao blog Ambientalistas da Amadora
http://ambientalistasdaamadora.blogspot.com
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