Ainda o aborto
Uma das coisas que me chateia quando oiço os defensores do não é o facto de se agarrarem à ideia de o zigoto constituir uma vida humana em plano de igualdade com a de um bebé depois de nado. Até hoje, e tenho a sorte de conviver com diversas pessoas que trabalham na área, não se chegou a uma definição absoluta do momento em que a um agregado biológico se pode chamar vida humana.
Biologicamente, aquela que é a corrente que reune maior aprovação é a que defende que se fala de vida humana a partir do momento em que se forma o sistema nervoso central, o que acontece por volta da 10ª semana de gestação.
Mesmo na definição "católica", em que vida humana é "una e indivísivel", salvaguardar-se-ia uns dias em que - por essa lógica - o aborto poderia ser permitido (pois que o ovo pode ainda dividir-se e originar um gémeo).
Ora, partindo do pressuposto de que não há provas de que estamos perante uma "vida humana", podemos partir para o terreno da especulação filosófica. Na minha cabeça, já aqui o disse antes, no momento em que me souber grávida estarei de imadiato à espera de um filho, com todo o envolvimento emocional que tal acarreta. Faz-me impressão que haja quem não pense assim. Mas não me permito ter sobre essas pessoas outro julgamento que não o moral. E acredito também que ninguém deva ser julgado ou condenado por ofender a minha moral.
Volto a dizer, estou-me nas tintas para os pobrezinhos que não têm posses para fazer umm aborto em Madrid. Estou-me nas tintas para aquelas (pobrezinhas também) que fazem abortos em Madrid. Acho que o Estado deveria perder tempo e dinheiro a cuidar dos orfãos e abandonados e a dar-lhes uma vida decente e sobretudo dinamizando os regimes de adopção. Acho que o Estado deveria perder tempo e dinheiro com uma educação sexual decente, a distribuir gratuitamente métodos contracepcionais.
E acho sobretudo que aqueles que defendem a vida humana, a defendam porque acreditam que os seres humanos não são uns idiotas selvagens (e digo-o sem qualquer espécie de análise rousseauniana). E como tal, não se tornam abortadores em série só porque o aborto é legal, nem tão pouco passam a prevaricadores apenas porque aprendem a usar pílulas e preservativos.
Biologicamente, aquela que é a corrente que reune maior aprovação é a que defende que se fala de vida humana a partir do momento em que se forma o sistema nervoso central, o que acontece por volta da 10ª semana de gestação.
Mesmo na definição "católica", em que vida humana é "una e indivísivel", salvaguardar-se-ia uns dias em que - por essa lógica - o aborto poderia ser permitido (pois que o ovo pode ainda dividir-se e originar um gémeo).
Ora, partindo do pressuposto de que não há provas de que estamos perante uma "vida humana", podemos partir para o terreno da especulação filosófica. Na minha cabeça, já aqui o disse antes, no momento em que me souber grávida estarei de imadiato à espera de um filho, com todo o envolvimento emocional que tal acarreta. Faz-me impressão que haja quem não pense assim. Mas não me permito ter sobre essas pessoas outro julgamento que não o moral. E acredito também que ninguém deva ser julgado ou condenado por ofender a minha moral.
Volto a dizer, estou-me nas tintas para os pobrezinhos que não têm posses para fazer umm aborto em Madrid. Estou-me nas tintas para aquelas (pobrezinhas também) que fazem abortos em Madrid. Acho que o Estado deveria perder tempo e dinheiro a cuidar dos orfãos e abandonados e a dar-lhes uma vida decente e sobretudo dinamizando os regimes de adopção. Acho que o Estado deveria perder tempo e dinheiro com uma educação sexual decente, a distribuir gratuitamente métodos contracepcionais.
E acho sobretudo que aqueles que defendem a vida humana, a defendam porque acreditam que os seres humanos não são uns idiotas selvagens (e digo-o sem qualquer espécie de análise rousseauniana). E como tal, não se tornam abortadores em série só porque o aborto é legal, nem tão pouco passam a prevaricadores apenas porque aprendem a usar pílulas e preservativos.
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