Acordo ortográfico
Alguns defensores do acordo ortográfico disseram que os "artistas" poderiam continuar a usar o grafismo que quisessem. Eu, que decidi manter com veemência o grafismo da minha língua, agradeço o elogio, se bem que o considere muitíssimo desperdiçado nos meus escritos.
A minha posição sobre este acordo tem sede numa evidência, de tal modo "evidente" aliás, que me surpreende sequer a existência de um debate. São as evoluções que fazem os acordos, não o contrário.
É bem verdade que as línguas não param no tempo. É verdade que o português que se falava em Portugal há 200 anos não é o mesmo que se fala agora e que houve correcções e mesmo introduções de novas palavras durante este tempo. Mas é exactamente por isso que não sentido um acordo ortográfico entre Portugal e o Brasil. Portugal e o Brasil, separados politicamente há quase 200 anos e culturalmente há provavelmente mais tempo ainda, seguiram cada um o seu caminho.
Foi o que aconteceu com o British English, o American English e o até um Australian English, sem que a rainha tivesse vindo em afrontamentos de rigorismo conservador dizer que quem quer falar inglês tem que ter um sotaque cockney. Lembro-me bem de ter escolhido a certa altura que iria falar o inglês americano (atitude que estou a rever) e quem queira aprender português tem todo o direito de escolher a norma brasileira, legitimamente achando-a mais útil ou fácil de compreender.
O que não faz sentido absolutamente nenhum é este esforço para fazer evoluir a norma portuguesa por decreto.
A minha posição sobre este acordo tem sede numa evidência, de tal modo "evidente" aliás, que me surpreende sequer a existência de um debate. São as evoluções que fazem os acordos, não o contrário.
É bem verdade que as línguas não param no tempo. É verdade que o português que se falava em Portugal há 200 anos não é o mesmo que se fala agora e que houve correcções e mesmo introduções de novas palavras durante este tempo. Mas é exactamente por isso que não sentido um acordo ortográfico entre Portugal e o Brasil. Portugal e o Brasil, separados politicamente há quase 200 anos e culturalmente há provavelmente mais tempo ainda, seguiram cada um o seu caminho.
Foi o que aconteceu com o British English, o American English e o até um Australian English, sem que a rainha tivesse vindo em afrontamentos de rigorismo conservador dizer que quem quer falar inglês tem que ter um sotaque cockney. Lembro-me bem de ter escolhido a certa altura que iria falar o inglês americano (atitude que estou a rever) e quem queira aprender português tem todo o direito de escolher a norma brasileira, legitimamente achando-a mais útil ou fácil de compreender.
O que não faz sentido absolutamente nenhum é este esforço para fazer evoluir a norma portuguesa por decreto.