quinta-feira, novembro 27

bater no ceguinho

Só me apraz dizer duas coisas:
- Depois de vingar o União de Leiria, estou esperançado que a providência vai dar ao Benfica a oportunidade de vingar o Sporting.
- Força Ricardo, és o nosso guarda-redes, viva Portugal.
Gajo portista que é de Lisboa (Miguel Maia)

" Debut "

Antes de mais, quero agradecer aos colaboradores deste regozijo ao paladar, por lembrarem-se da minha pessoa para fazer parte deste recente meio de comunicação.
um bem haja, para o j Lameira que se encontra doente, um abraço para Maia- A quem agradeço o facto de assinar com o meu nome.....................- beijo gigante para a jones, e arouca pensa bem nos números........................
Carlos Vaz Monteiro

sexta-feira, novembro 14

Resposta aos clubólicos e à Resposta a Zhou Enlai

Quando me convidaram para este blog nunca imaginei que um dia teria de recorrer à minha condição de gaja para por ordem na casa, que é como quem diz, no blog. É com alguma tristeza que vos vejo cair no lugar comum de discutirem clubites agudas neste blog que se pretendia "simples, coberto ou recheado" mas nunca "clubilizado". Ainda para mais o único ponto comum é o facto de dizerem mal do Sporting. Não, não vou entrar nessa vossa guerra absurda e infantil sobre qual o melhor clube, da mesma forma que não faz sentido discutir se o catolicismo é melhor que o islamismo: é uma questão de fé. E como tal vou remeter-me ao silêncio daqueles que sabem, têm a certeza, de que estão certos.

Por outro lado, não posso deixar de louvar a iniciativa do Sr. Lameira de lançar a discussão política. A minha condição de "gaija" e o bom senso inerente a essa condição obrigam-me a adoptar uma posição intermédia: afinal "no meio está a virtude". Estou plenamente de acordo com Churchill quando este defende que a democracia (leia-se um regime claramente de índole ocidental) não é perfeita, mas é o melhor sistema possível. Mas o antigo "prime-minister" disse isso há 50 anos. Já era altura do sistema se ir aperfeiçoando. Não acho que o liberalismo seja apenas uma forma de os mais fortes escravizarem os mais fracos. Mas isso vai acontecendo e também não o vou negar. Só acho que não podemos ser inteiramente redutores, numa onda de cinismo que, infelizmente, se vai tornando banal e apenas criticar as falhas de sistema. Meus queridos: sem democracia e liberalismo não teríamos este blog. Por outro lado, não concordo com a imposição deste modelo a nenhum povo cujas tradições o contradigam abertamente. Acima de tudo acredito na auto-determinação dos povos. E por isso não concordo com a intervenção no Iraque. Não por achar que eles queriam viver no regime em que viviam. Mas porque lhes cabia a eles a revolta. Tal como fomos nós que acabámos com o Estado Novo. Imaginem o que seria uma intervenção americana em Lisboa, com bombardeamentos à toa para matar o Marcello Caetano!!!

Enfim, tudo me remete para a liberdade de escolha e para o respeito pelas escolhas de cada um. E eu sou do Sporting, sou feliz e ninguém tem nada com isso!!!
Joana Mil-homens

quinta-feira, novembro 13

Clubite

A clubite em Portugal chega a ser vergonhosa. Os sportinguistas e os portistas preferem maltratar o moribundo Benfica a falar do que devia ser a sua paixão. O seu clube. Só assim se compreende que um "dagrão", que tem, infelizmente, muito com que se congratular, perca o seu tempo a demolir o grande rival lisboeta. Este mal de que padece muita gente é, ainda assim, muito pior num sportinguista. Épá, num portista ainda dá para entender. Agora num sportinguista, não dá. Eles preferem que o Benfica perca a que o seu Sporting ganhe. Voltando aos portistas, gosto muito do nome que deram ao vosso estádio. É original e fica bem
João Lameira

Viv'ó Benfiêca!!!

Tendo os ataques mais veementes e exaltados ao meu último post vindo de dois ilustres benfiquistas, é com redobrada satisfação que vejo a hora de comentar o momento actual do "Glorioso".
Símbolo de tudo o que de melhor o nosso país tem para oferecer, o emblema da águia já nos vai habituando a seguir à frente dos outros na adopção dos últimos breakthroughs científicos. Agora, com o arrojo que se reconhece aos seus dirigentes, decidiram enveredar pelos conceitos mais inovadores no campo da psicologia motivacional, nomeadamente das chamadas "chicotadas psicológicas".
Percebendo, finalmente, que a resolução do problema da sua equipa de futebol não passava pela mudança de treinador, os líderes benfiquistas tomaram uma atitude absolutamente visionária: "E se, em vez disso, mudássemos de estádio?". Infelizmente, no entanto, parece que não funcionou como todos estavam à espera e, emulando a quantidade de água que vai metendo o estádio D. Afonso Henriques, a equipa de futebol brindou os seus associados, em dia de estreia do novo recinto para as competições oficiais, com uma derrota contra o Beira-Mar.
“Então se não é do estádio, do que é que será?”, perguntaram-se…
Já diz o povo que a culpa não morre solteira e, numa atitude de impar hombridade, os dirigentes do Benfica (na pessoa do presidente Vilarinho) entenderam que seria altura de levar estes novos conceitos às suas últimas concequências e de se "chicotearem psicologicamente" a si próprios. Talvez este acto de auto-flagelação pudesse purgar a equipa dos pecados que a mantêm, profeticamente, nesta travessia do deserto... E, por momentos, viu-se a Luz verdadeira.

Contudo, chegados dia de hoje, no rescaldo triste do ponto enfadonhamente ganho no Funchal, o plantel do Benfica parece enoxaravelmente agarrado à condição de equipa de médios-centro (mal geral do futebol português) e sem estofo de campeão (mal mais restrito aos lados da II Circular).

Cumpre, portanto, verter algumas considerações de carácter mais especulativo. Como pode a equipa que transporta consigo os pergaminhos da instituição mais marcadamente portuguesa ver-se na contingência de jogar com o Marítimo, na Madeira, reduzido ao papel de visitante que tenta conseguir uns pontitos?
Penso ter encontrado certas regularidades que não passariam, ao espírito mais desligado da realidade, por mais do que meras "coincidências"... Porque será que o Benfica só obtém resultados negativos perante equipas cujos nomes invocam o Mar? Será este critério inocente? Ou estarão os jogadores do Benfica, num momento de êxtase literário, a tentar transcrever para os nossos dias alguns dos episódios mais dramáticos da História Trágico-marítima?
E, já agora, alguém que finalmente me explique (antes que eu tenha um AVC a tentar perceber sozinho) por que raio é que o Rio Ave jogou no novo Alvalade XXI de violeta e verde. E porque é que ninguém fala disso? Alguém tem que ter notado…
Miguel Maia

terça-feira, novembro 11

Resposta a Zhou Enlai

Realmente, os chineses são muito ponderados. Quase duzentos anos depois da Revolução Francesa, ainda não sabem o que pensar dela. Isso de falar do MNE chinês foi boa. Eles que escolheram uma ideologia "ocidental" (acho eu) bem mais recente que a Revolução Francesa. Terá passado tempo suficiente para darem conta que o comunismo é uma merda? Ou ainda estarão a pensar nisso? Ainda bem que o "Mundo Livre" se arroga, que se arrogue por muito tempo. Prefiro mil vezes acções militares discutíveis do "Mundo Livre" a ditadores de merda arvorados em grandes sábios. E que fique claro, é preferível a pior democracia, baseada em todos os valores ocidentais disponíveis (mesmo os maus), que a normalidade do Iraque no tempo de Saddam Hussein.

Volta-se aqui a escrever o que tantos já escreveram e disseram. A democracia, por pior sistema que seja, é melhor que qualquer outro. Sem excepção. E mais, é perigoso ter no mundo não-democracias. É perigoso para nós, ocidentais, como é perigoso para os que vivem nelas. Acabar com elas é um imperativo.

Não tenho a certeza de estar de acordo com a intervenção militar no Iraque. Mas, no fundo, sei que foi pelo melhor. O Iraque vai passar por maus bocados, mas necessariamente melhores que os de antigamente. A única dúvida que tinha era se seria justo impor a democracia aos outros. Mas bem vistas todas as coisas, penso que sim.
João Lameira

Que estamos a fazer?

Há quanto tempo não vão à praia? Já pensaram que temos o privilégio de viver numa zona litoral e no entanto é tão raro vermos o mar durante o Inverno? Andamos sempre tão ocupados com coisas sem valor. Afinal, o que é que é verdadeiramente importante? Que estamos a fazer com as nossas vidas?
Joana Mil-homens

sexta-feira, novembro 7

Zhou Enlai

O Ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, quando questionado nos anos 60 acerca da importância da Revolução Francesa, decidiu abster-se de quaisquer comentários por achar que não tinha passado tempo suficiente sobre os acontecimentos.
Quando os líderes do Mundo Livre se arrogam desta missão principesca de levar a luz da civilização a outras regiões, parecem esquecer-se deste facto essencial. Os valores saídos da Revolução Francesa não tem o peso cultural para fazerem sentido que não na Europa e nos Estados Unidos.
A verdade verdadinha é que nenhum sistema democrático poderia sobreviver num mundo em que a concorrência fosse leal e em que os países que partem para o jogo em vantagem decidissem abrir mão dessa vantagem em nome de um sistema menos legalisticamente correcto, mas mais intelectualmente honesto.
Não nos enganemos. Se o sistema e os valores ocidentais prevalecerem, só existirá um vencedor: o Ocidente; e nem sequer é preciso recorrer ao argumento de que as relações entre seres humanos não podem evitar esse decaimento hobbesiano se foi exactamente com base na exaltação da desigualdade que nasceu o abençoado sistema das liberdades. O sistema liberal não foi concebido como forma de corrigir assimetrias... ele expressamente depende das assimetrias. Foi dele que nasceram o Imperialismo britânico, o proteccionismo realista alemão e o comunismo soviético apenas veio provar que tentar forçar o esbatimento dessas assimetrias leva ao colapso inexorável de todo o sistema.
Partamos do princípio, meramente académico, que os Estados Unidos levaram a cabo as intervenções no Iraque o no Afeganistão apenas como forma de assegurar um regime plural e democrático nesses países. Os valores ocidentais, como o pluralismo e a democracia, nunca deixarão de reflectir uma mundivisão orgulhosa e paternalista e é essa a principal característica desta lógica quase evangelizadora de quem os defende quase como sacrossantos. O mundo é assimétrico, mas não na medida em que nós queremos que ele seja. Tudo o que o iraquiano médio quer NÃO é ir para casa ver televisão depois de um dia de trabalho duro e honesto como se ouve dizer ao soldado médio americano. Eles, e ainda bem que assim é, não pensam e não são como nós embora seja esse o discurso oficial. E se, na óptica do jornalista ocidental, “as coisas parecem querer voltar ao normal nas ruas de Bagdad”, então, e não hajam dúvidas acerca disso, as coisas para os iraquianos devem parecer tudo menos normais.
Miguel Maia

quinta-feira, novembro 6

Como diziam muito os sportinguistas...

"É desta...". É desta que eu faço a minha estreia aqui e, para além do mais, a minha estreia na fabulosa blogosfera.
Neste momento, no entanto, não me apraz fazer muito mais do que saudar os meus caríssimos correligionários e deixar aqui a promessa que dentro em muito breve, espero deixar aqui contribuições - autênticas pérolas todas elas - dignas de um espaço que se deseja, qual farol de Miguel Torga, uma chicotada de luz na escuridão.
Miguel Maia