sábado, julho 30

Claríssimo exagero

Toda a gente sabe que nós só usamos este blog para pegar nas coisas em que acreditamos e depois a exagerar ao máximo. Eis o que vou voltar a fazer.

Para que se respeitem as permissas mais básicas do estado de direito, para que não se mate alguém sem o mínimo de razão ou de suspeita sustentada de que ele se prepara para matar outra pessoa (o que, no caso de um terrorista, não acontece até se vislumbrar a bomba ou o detonador que ele se prepara para activar)
é preferível que morram inocentes a que se matem inocentes.
A regra é completamente estúpida, volto a repetí-lo, mas não pode deixar de ser assim, sob risco de subvertermos tudo aquilo para que estamos a lutar, sob risco de nos transformarmos em extremistas, que vivem do e no medo, que matam indiscriminadamente.

Os princípios têm esta coisa chata. Servem para ser defendidos até quando podem resultar em tremendas injustas, se bem que inocentes, como a morte de centenas ou até de milhares às mãos de um terrorista só porque não se tinha a certeza absoluta de que não se estava a matar um inocente.
Os princípios dão sentido e justificação e beleza à História. Derrotá-los é derrotar-nos.
Sem eles, não vale a pena ganhar.

Miguel Maia

quinta-feira, julho 28

Desculpa Joana

Desculpa-me Joaninha se, desde que tenho andado por fora, te tenha deixado sozinha a contas com eles. Assim que possa, prometo que te dou uma ajudinha.

Miguel Maia

quarta-feira, julho 27

Juízos II

Diz o Lameira que o juízo moral é difícil. Eu lembro que a polícia londrina tem sido preparada exaustivamente para proteger os seus cidadãos. O que significa que há outros métodos para parar qualquer possível terrorista em fuga. Tipo aquela coisa do choque eléctrico. Lembro ainda que um tiro na perna, num ombro, wherever também o paravam. Mais ele estava deitado no chão, imóvel, quando dispararam os tiros na nuca.

A mim parece-me que numa guerra como a que se está a travar manter o juízo moral esclarecido é ainda uma prioridade, uma prova de civismo e humanidade, afinal as qualidades que nós os acusamos de não terem...

Juízos

Tendo a concordar com o Arouca nesta questão. Embora seja obviamente de lamentar a morte de um inocente, temos de perceber que as medidas que a polícia inglesa está a tomar são extremas. Ao ser avistado um suspeito, que ainda para mais se dirige a fugir para o interior de uma estação de metro, pouco tempo depois dos atentados, o que fazer? Como pará-lo? Não dá para disparar para outra parte do corpo que não a cabeça, pois há o receio de accionar a bomba que possa levar. É uma questão bem complicada. Centenas, milhares de utilizadores de transportes públicos londrinos estão em risco. Imaginemos, como fez o Arouca, que o indivíduo tinha conseguido fugir e que chegava à estação e matava com uma bomba incontáveis cidadãos ingleses, em que posição ficava a sua polícia? Só podemos arriscar que uma das consequências pretendidas pelos terroristas quando fazem atentados é mesmo esta. Criar uma situação insustentável, em que o juízo moral é cada vez mais difícil.

João Lameira

terça-feira, julho 26

Será de mais lembrar que não cabe à polícia matar seja quem for? Será de mais lembrar, que faz parte da carta de direitos fundamentais (aplicável a TODOS os Homens de TODAS as raças e religiões), que ninguém devera ser condenado sem julgamento prévio.

Ainda me hão-de explicar porque é que a onda de consternação só veio quando se soube que o tipo era brasuca. Se fosse árabe (até culpado pelas outras mortes), já se aceitava que em pleno Metro, um polícia resolvesse de sua justiça (porquê, meu deus, ainda existem juízes quando os polícias têm tanto discernimento???) dar uma quantidade bárbara de tiros na nuca do senhor.

Ora, por favor, Arouca, espero que para a próxima ele hesite e não atire!

quinta-feira, julho 21

Gosto...

...quando a asneira até sai com piada...

quarta-feira, julho 20

Uma questão de etiquetas...

Embora, normalmente, goste bastante do que esta senhora escreve, desta vez não me consegui conter. Este post até me estava a cair bem, quando na última frase, avaria de vez.

Sim, também eu vivi essa triste fase em que ouvia apenas a Rádio Cidade. Sim, reconheço que este facto não abona muito em favor do meu bom gosto. Mas já nessa altura me irritava a distinção entre a música "comercial" (ou mainstream, que é uma expressão para lá de irritante...) e "alternativa". Mais: parece-me que o uso deste tipo de etiquetas é feito por quem usa a música que ouve para se identificar com um género/tipo de personalidade - o que é bastante desculpável quando temos 15 anos, mas que me parece um pouco fora quando já andamos pelos vintes.

Dessa altura lembro-me claramente de usar a música como arma de arremesso, conforme me queria juntar ou afastar das alegadas tribos que se cruzavam (mas nunca se misturavam...) no pátio do meu Liceu. Lembro-me de me achar rebelde por ouvir Pearl Jam (uuuhhhh), enquanto as restantes betinhas ouviam Cheryl Crow, Luís Represas ou Mafalda Veiga. Lembro-me de "cuspir" nos Nirvana para chatear a Sara, lembro-me de uma paixoneta por um judoca que tinha por banda sonora os Beatles, lembro-me de ficar à beira da histeria uma vez que troquei CD's dos Doors. Lembro-me de escrever a giz nas paredes que me guiavam a casa letras de Oasis e dos Queen. E cada vez que mencionava o que ouvia, fazia-o de forma estudada, como quem sabe que um passo em falso a afastaria da almejada trupe...

Se estiver numa de me envergonhar por completo, posso ainda dizer que ouvi - pior: trauteei - Eros Ramazzoti, Take That e afins. Mas, e arrisco-me a ser avacalhada por séculos por dizer isto, embora reconheça a má qualidade da música destes meninos, até se me arrepia a pele quando oiço algumas das suas músicas. É que embora não seja a mesma (e esta é uma realidade que só recentemente descobri), há uma continuidade, um crescimento (do qual me vou orgulhando), e as memórias desses tempos (já percebi que sou um bicho raro por ter tido uma adolescência feliz...), são algo que me ajudou a crescer e a ser o que sou hoje.

Enfim (estou literalmente há 2 horas a escrever este post e pelo meio já me perdi do meu objectivo inicia - são quase 18h30!), acho que percebo o que querias dizer, M., mas não me soou nada bem...

segunda-feira, julho 18

Foi um arrastão senhores...

Já nem um membro do Clero pode andar à vontade...

quinta-feira, julho 14

Navegar na net sem bússula, quadrante, ou astrolábio, dá nisto.

Revivalismo

Anda aí na blogosfera uma onda de saudosismo, entre a malta da minha idade (mais coisa, menos coisa). Julgo que tudo tenha começado com o lançamento do DVD do Verão Azul. Não me lembro dessa série (o melhor é que não me lembro MESMO, então é um fartote cada vez que me tentam cantar/assobiar a música - se há coisa que todos achamos que sabemos fazer é cantar...). Aquilo dava no Verão (!), mas eu era mesmo pequena e era forçada a dormir a sesta (bons tempos!), quando estava em casa dos meus avós - ah, saudade desses tempos de horas medidas e estudadas a pensar no meu bem-estar.

Mas lembro-me de uma série que mais ninguém se parece lembrar. Tinha um chapeu mágico para onde um miudo e uma miuda saltavam e a música tinha uma letra assim "olha o sol e a lua a namorar onde tu e eu vamos chegar..." (não sabem a sorte que têm por não me estarem a ouvir neste momento). Enfim, por mais de uma vez tentei que alguém se lembrasse disto e invariavelmente oiço qualquer coisa como "sonhaste com isso", o que me deixa assaz zangada com o meu interlocutor (se há coisa que é indecente é gozar com a infância dos outros... ).

Enfim, alvíssaras para quem dividir comigo este recuerdo.

quarta-feira, julho 13

Tão transparentes que nós somos

É por estas e por outras que vou tendo algum desprezo pela actividade...

segunda-feira, julho 11

O Impossível...

Um pouco menos revoltada, é certo, não posso deixar de concordar com o nosso Sr. Arouca...

E esta, hein?

Para Variar

É que tenho mesmo SEMPRE razão...

sexta-feira, julho 8

Rádio

O Paulo Passarinho está na Prova Oral...
Peço desculpa pelo post abaixo. Está um pouco imbecil. A explicação está aqui. Espero que os fãs (ou seja, o resto dos elementos do blog...) não nos abandonem...

Gosto de Ingleses, mas...

Gosto de Londres. Não tenho moral para dizer que não gosto de ingleses (já as inglesa são um pouco para o badalhoco). Mas às vezes acho que eles são quase como que a Madeira da UE. Nã, nã, nã e não queremos ter o Euro, blá blá blá e somos os maiores, pois pois pois e "eurotrash". Bazem e fiquem independentes, a ver se eu me incomodam...

Aquela fleuma irrita-me. Tomem lá umas bombitas e não chateiem.

Vou ter mais pena quando forem os italianos.

Ah, e a todos os elementos da Al-Quaeda de Lisboa, eu sou friend, amico, amigo, amie, portanto se estiverem lixados com o Durão e as tropas no Iraque, ataquem táxis, ou autocarros, não me vão querer fazer mal a mim, pois não? (ler imaginando os meus olhos de bambi).
Obrigada.

O que dizer de Londres

Todos lamentam muito, mas há sempre quem use estes atentados para argumentar que é tudo devido à intervenção no Iraque, da política externa norte-americana, etc e tal. Para eles, este link. Mais palavras para quê?

João Lameira

quinta-feira, julho 7

Tou mesmo cansada ou...

Quando foi o 11 de Setembro foi o auge da emoção. Juntámo-nos para ver tudo. Sabiamos que estávamos a ver HIstória em directo de Nova York.

No 11 de Março, o choque - aqui tão perto. Tinha amigos lá, de novo o frissom...

Hoje, algum choque, alguma surpresa, mas já não a emoção de outras vezes.

Será que o terrorismo se está a tornar uma banalidade? Pela primeira vez questionei-me se queria que os meus filhas vivessem aqui, assim...

All Over Again

Vai começar tudo de novo, vão falar do choque de civilizações, de como alguns povos estão atrasados, vão falar de religião. Os números (os dos sinistrados, principalmente) vão ser vistos e revistos, milhares de vezes. Especialistas a sério e da tanga vão avançar com teorias sobre como resolver "o problema". Vão aproveitar a desculpa para nos tirarem mais um pouco de liberdade, vão gastar-se quilos de papel de jornal com opiniões inúteis.

Confesso que é um fenómeno que não entendo. As guerras religiosas nunca me fizeram grande sentido. Sendo a fé uma coisa tão pessoal (íntima até), parece-me inútil este choque, esta tentativa de destruição mútua e massiva. Continuo a acreditar piamente que as profundas diferenças entre culturas se diluem pela educação, pelo respeito, pela integração. Se em vez de invadirem o Iraque, pugnassem pela construção de universidades decentes, integradas em redes europeias de ensino, morria menos gente. Ok, demorava-se mais tempo e já sei, blá, blá, blá, mulheres de burk´ha a serem espancadas e tal e couves. Mas ainda me hão de explicar por que raio a burkha há de ser pior do que perder a própria vida (ou pior, daqueles de quem gostamos)...

Só sei que hoje estou feliz por ainda respirar...

terça-feira, julho 5

Não tenho inspiração nem vontade para mais...

A erradicação da pobreza, como dizia o presidente Mandela no outro dia,
não é uma questão de caridade,
é um acto de justiça
e que o mínimo dispêndio de força, seja de quem for, que não tenha por objectivo último a denúncia e a resolução desse problema
é um reflexo do egoismo mais cego.

tudo o que eu quero fazer
vai no sentido de uma vida que marque a diferença entre o passar dos dias enquanto se paga um monte de tijolos e cimento
e viver plenamente dos nossos talentos e da nossa inspiração
e pô-la ao serviço de algo que não seja menos do que belo.

Miguel Maia

Pois é...

Mas achas mesmo que os sindicatos lutam pelos direitos dos seus trabalhadores? Eu, com esta mente oca e depravada que Deus me deu, acredito que está na altura de os sindicatos pensarem à la long. Tipo, se o Cavaco (e se há coisa que eu gosto é de pôr uma ou outra culpita`nos ombros de quem não sabe comer bolo-rei de boca fechada, coisa que eu ainda não tinha os dentes de leite todos e já sabia fazer), o Guterres, o Durão ou o gentil-homem que ocupou por uns conturbados, mas deliciosamente cómicos meses a cadeira de primeiro-ministro, que dá pelo nome de Santana Lopes, tivessem tido "tomates" (que isto é mesmo assim, que o Santana bem pode ter 18 filhos legítimos, mais outros tantos por assumir, mas não entendeu que pode dar outro uso aos ditos), para enfrentar os sindicatos, ou (e este é o ponto) os sindicatos entendessem que era altura de agir com a cabeça e não com cartazes manhosos e greves, hoje estavam, eles todos, mais a sua corja de filhos adoradores de tunning e filhas que usam brincos com dimensões para pingente decorativo da árvore de natal do BCP, muito melhor...

Páro por aqui porque entendo que estou à beira de me tornar a senhora que fazia grandes àpartes da blogosfera.

Sem palavras

Curiosamente, no meio da torrente de veneno despejado pela Joana (como ela própria caracteriza), pouca coisa há que eu dicorde. Ia quase ficando sem palavras. Contudo, como não poderia deixar de ser, existe uma ideiazita (devidamente fascista) a jeito para ser dilacerada (se tal for possível) pela minha escrita. Como todos adivinharam, a minha costela comunista (quase tão única como a galega) falou mais alto (que as outras, presume-se). Assim, tomarei o tema das greves. Ora, vamos lá ver. Por muito erradas nos pareçam- por não terem razão de existir ou por serem numa altura má -, temos de perceber que nas greves os direitos que são defendidos são os dos que protestam. Sempre foi assim, e não faria qualquer sentido de outra maneira. O sindicatos existem (e bem) para defender os interesses dos seus. Não podemos esperar que vão para a rua gritar pelo interesse nacional, principalmente, quando este vai contra ao seu. Não é preciso muita inteligência para perceber isto. Porém...

João Lameira

O Cúmulo da Preguiça

É pedir aos outros que nos digam sobre o que escrever. Podia falar do Alberto João Jardim e do seu ilhéu, que por mim podia ser independente, mas acho que, mais ou menos, o Lameira concorda comigo nesse ponto - tirando o facto de eu, por mim, declarar a independência da Madeira (porque raio temos nós de os aturar, se só pagam 13% de IVA, têm a gasolina mais baixa, etc...).

Um assunto sobre o qual tenho querido escrever é o poder dos sindicatos.

Irrita-me solenemente o poder obscuro que os sindicatos de uma forma muito pouco democrática exercem. A greve é um super poder nas mãos de inconscientes lobbies. Cada vez que o Governo tenta acabar com uma qualquer idiossincrasia do funcionamento da administração pública, é vê-los com aquele ar vitimizado de pequenos incompetentes, a baldarem-se a uma (nunca muito) suada jornada de trabalho.

Mais: um professor com "P" maiusculo não se balda em dia de exame nacional. Pensa nos alunos.

Um medíocre funcionário de uma qualquer repartição de finanças (ah, e como eu odeio esses pequenos vermes adoradores do Deus Colombo-ou-qualquer-outro-shopping-ao-Domingo-faça-chuva-ou-faça-sol) se lhe dizem que, para progredir na carreira, tem de ser competente (oh, injúrias demoníacas, pois se não era natural que uma progressão se fizesse com o mérito de apenas se ocupar uma mesma cadeira durante determinado período de tempo...), abre logo aquela bocarra desdentada (que isto o dinheirinho é para os 3 telemóveis - 93,91 e 96), e entope-me os arrabaldes da assembleia com cartazes que fariam chorar de embaraço um miudo de 5 anos.

Acabem com esses encostados (ponham-nos na Madeira, ou no Porto, já agora e façam-no independente também), e garanto-vos que o país anda para a frente. É só pôr um razoável PC (não, para o que eles fazem, qualquer bichinho informático que deixe o o spectrum 87 rolar, chega), no lugar desses seres desprezíveis.

(Pronto. Acabou-se-me o veneno. Mais 30m e já volto...)

Vou escrever qualquer coisita...

que isto anda muito parado. Ou, então não. Não sou bom nestas coisas. Como um bom reaccionário, sou melhor a responder às intervenções dos outros do que a iniciar discussões. Por isso, peço encarecidamente aos meus colegas que me ajudem: Maia ou Joana, se não se importassem, faziam aí um post defendendo uma ideiazita - daquelas que vocês são peritos - para eu contrapor, se faz favor. Obrigado.

João Lameira