terça-feira, novembro 29

Sou só eu ou...

Tentar manter discussões políticas interessantes sobre estes candidatos é quase como querer fazer omoletes sem ovos.

A alvura do meu voto

Meus amigos, tenhamos calma. Podemos não gostar de Cavaco Silva, podemos pensar que não tem perfil para Presidente da República, mas passar-lhe um atestado de imbecilidade roça o fanatismo político. Não tenho competência, nem lembrança para avaliar justamente a sua prestação enquanto primeiro-ministro, confesso, porém não consigo imaginar ninguém que tenha feito melhor do que ele na mesma função nos últimos trinta anos, atendendo mesmo às circunstâncias - por exemplo, Guterres foi eleito, e governou nos primeiros quatros anos, num período de ascendente económico, sem ter por isso feito evoluir o país na direcção certa, aumentando, isso sim, as despesas públicas.

Ao mesmo tempo, as alternativas à candidatura do "professor" são, com extrema pena minha, risíveis. Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã estão apenas a fazer número, nenhum deles tem qualquer possibilidade de ser eleito. Manuel Alegre, que até podia, no abstracto, servir bem o lugar, é patético: no amuo com Soares, na "independência" face ao PS, na sua alma de poeta só comparável a Camões. Resta-nos Soares, o "bochechas", o "fixe". O facto de estar velho conta para alguma coisa, meus caros, de maneira tão óbvia quanto as vossas objecções demonstram. Penso que se tivesse menos dez anos, Soares estaria, pelo menos, empatado com Cavaco nas sondagens. Mas o pior de tudo são as suas ideias, tiradas da pior cartilha bloquista - último avanço: ataque às privatizações. Soares resolveu, passados muitos anos, retirar o socialismo da gaveta. E, como seria de esperar, confinado tanto tempo a um lugar fechado, o seu socialismo está bafiento, atacado pelas traças, até.

Estou destinado/obrigado a votar em branco. Não havia mesmo mais ninguém?

João Lameira

post-scritum: Esquecia-me de dizer: não gosto mesmo nada do nosso futuro presidente (para quem tenha entendimento mais duro, refiro-me ao Cavaco).

Cadilhe presidente

Eu sei que o carlos paulo não queria que se pegasse no nome do entrevistado, mas como o nome não é dele, vou pegar.
Acho interessante a proeminência do Cadilhe nos últimos tempos. Ainda ontem foi apresentar um livro ao lado do Homem-Choné no fabuloso Salão Nobre do edifício da Bolsa do Porto.
A candidatura do Miguel Cadilhe à presidência da República era a melhor coisa que nos podia acontecer, não que viesse a ganhar, mas porque ele é o que o Cavaco diz ser, mais do que isso, o que ele gostava de ser: um economista competente e inteligente (ao contrário do Cavaco que é profundamente provinciano e muito incompetente), verdadeiramente desligado da política (ao contrário do Cavaco que está em campanha para estas eleições desde 1995), com um percurso académico brilhante e que passou pelas melhores escolas de economia do mundo, incluindo o próprio London School of Economics and Political Science, provavelmente a melhor escola da sua área ao nível planetário (o Cavaco tirou o mestrado em York! Eu nem sabia que havia uma universidade em York... se era só para dizer que o tirou no estrangeiro, bem o podia ter tirado em Adis Abeba que o resultado era o mesmo).

Deve ser por isso que o Cadilhe anda a escrever livros e a dar entrevistas.
Às vezes eu também gostava de gritar bem alto aos ouvidos dos ignorantes apaixonados por aquele incompetente, que

O CAVACO É UM POLÍTICO QUE ESTÁ EM CAMPANHA HÁ 10 ANOS.
O CAVACO FOI UM MAU PRIMEIRO-MINISTRO NUM PERÍODO ÓPTIMO PARA PORTUGAL EM QUE SE EXIGIA UM ÓPTIMO PRIMEIRO-MINISTRO.

Carlos Miguel Maia

by the way

Quem conseguiu a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia, e conseguiu que esses maravilhosos fundos começassem a jorrar para que o prof. Cavaco os pudesse esbanjar, dá pelo nome de Mário Soares.
É também verdade que o Soares Primeiro-ministro não foi bom,
mas que o Soares Presidente marcou de tal forma o lugar que passou a ser o padrão para qualquer outro Presidente que se possa imaginar.

Às vezes sinto uma vontade irreprimível de repetir estas coisas óbvias para ver se alguém está a ouvir.

Carlos Miguel Maia

A carcaça

Não consigo entender o burburinho criado em torno da idade do senhor Mário. De facto, o senhor não é novo. Não é. E então? Alguém consegue apontar, objectivamente, situações em que a idade do senhor se revelou "desagradável"? Eu não. Mas confesso que também não tenho estado assim tão atento. Afazeres da vida.

O que me preocupa - e não vou dizer nada de novo - é a inexistência de outros candidatos, outras figuras. Esta necessidade de repescar a "velha guarda" entristece-me (se bem que o Eusébio no Benfica...). Na recente entrevista de Miguel Cadilhe* à Visão, o economista afirma que "isto de estar na política tem um custo elevadíssimo", uma vez que "estar a justificar, demonstrar e provar" que tem a consciência tranquila lhe faz pouco sentido. "Quem gostar disso que o faça. Acho que se exige de mais na vida política. Noutras exige-se de menos". Concordo. Talvez seja esta a principal razão que leva o "trigo" a fugir a sete pés do Parlamento. Ficamos com o joio. Ficamos com figuras do calibre de um Santana, de um Sócrates ou de um cherne.

Voltando um pouco atrás, lembro-me de inúmeras situações em que as câmaras registaram o senhor Mário a dormir profundamente, enquanto este ou aquele chefe de Estado discursava. Ele era pelo menos uma década mais novo. A integridade do senhor manteve-se. É caricato, sem dúvida. Mas apenas isso. Tal como o senhor Cavaco a comer bolo-rei. Pouco importa.

*Nota: "Abstenham-se" de comentários em relação ao entrevistado. Ter utilizado uma frase de Miguel Cadilhe é apenas uma coincidência, sem outro tipo de intenção. Muito menos pretendo, com a citação, abrir uma discussão em torno do economista ou do seu trabalho enquanto Ministro das Finanças de Cavaco Silva. Podia ter citado outros, mas este estava mais à mão.

segunda-feira, novembro 28

Soares é cota

Não acho que esteja em nada má forma, nem que me vá morrer a meio do mandato, nem que esteja mais gagá que o Cavaco, muito antes pelo contrário. Mas numa daquelas visitas de pré-campanha que se faz sempre a um lar de 3ª idade, foi um bocado assustador ver o Soares a perguntar a idade aos velhotes que andavam por lá e eles a responderem "77", "79", "olhe eu já tenho 80", enquanto o Soares, de 81 anos, lá os ia confortando "80?!? Não está nada mau para a sua idade..."

Carlos Miguel Maia

quarta-feira, novembro 23

Notícias

Irrita-me que se fale tanto que Soares é velho. Caramba, quem me dera a mim chegar àquela idade naquele estado. Aliás, só chego àquela idade se estiver naquele estado. Na imúndicie que é a nossa comunicação social, muito se fala e opina sobre isso.

Acho até que, de hoje até às eleições, os noticiários devem abrir dizendo: "Soares sobreviveu mais um dia. Apesar de octogenário, continua sem demonstrar sinais de alzheimer, nem parkinson. Hoje nem do reumático se queixou"

Haja pachorra....

Não quero com isto dizer que a minha intenção de voto mudou, pelo contrário. Acho que devo escolher o meu presidente, como quem escolhe marido: por instinto. E esse está com o Alegre.

terça-feira, novembro 22

22 de Novembro 1963

Faz hoje 42 anos que o JFK foi assassinado. Nos idos anos da minha adolescência acreditava que ia descobrir quem estava por detrás desta grande cabala. Hoje acredito que a figura de John Fitzgerald Kennedy e a sua morte são a causa e parte do meu lado politicamente esquizofrénico.

quinta-feira, novembro 17

Noite de Galhofa à Direita

Parecia que estava de volta à faculdade. Cheguei tarde. Tirei notas. E quando a conversa tocou um ponto sensível comecei a discuti-la com o senhor do lado. Discutimos a questão de se pagar as propinas na faculdade ou não. O Fred acha que não, eu acho que sim.

Depois disso, claro já não prestei atenção a grande coisa. Disseram o mesmo de sempre, não ouvi nada de brilhantemente revolucionário - e eu acho que já só vamos lá com uma revolução. A única ideia que me ficou na retina - ou na trompa de Eustáquio - foi a ideia, de António Borges, do Estado passar um recibo por cada acção que o cidadão não paga. Nas universidades, por exemplo, os estudantes eram obrigados a ir à tesouraria todos os meses, receber um recibo da mensalidade, onde ficava expresso o valor da mesma e que "o estado tinha pago". Ora bem, esta medida servia para as pessoas terem noção dos custos daquilo que usufruem e assim valorizarem mais, mas também obrigava a que as instituições (universidades, hospitais, escollas, etc) tivessem a contabilidade em dia e soubessem exactamente o valor dos serviços prestados.

Depois fomos ao Snob e discutimos o que é a Arte e como deve ser ensinada. Mas mais tarde escreverei sobre isto...

quarta-feira, novembro 16

A minha retorcida lógica matemática

Alguém que afirma que vai votar no Cavaco nas próximas eleições, tenta descansar os seus "camaradas", de forma jocosa, dizendo que baixar 1% nas sondagens não é preocupante. Confesso que esta senhora me dá nos nervos e se tenho evitado escrever reações aos seus posts é porque acho que não conseguirei ser simpática - e eu tento sempre ser simpática...

Ora, o que as sondagens até agora mostram é que Cavaco tinha melhores resultados enquanto candidato a candidato do que como candidato. O que as sondagens mostram é que assim que começou a abrir aquela boca, os adeptos começam a cair (e nem sequer cuspiu bolo rei desta vez...).

Ora, matematicamente, os sinais não são bons. Cavaco falou duas vezes e perdeu um ponto percentual. Calculo que depois da entrevista na TVI tenha perdido pelo menos outro ponto. Já está no limiar da maioria absoluta. O que significa que se ele voltar a falar (e até 22 de Janeiro vai ser difícil mantê-lo calado, com a campanha e tudo...) já vamos a uma segunda volta, pelo menos.

Ninguém sabe muito bem o que vai acontecer quando a esquerda ficar reduzida a um só candidato. Tenho para mim que se o candidato que passa à 2ª volta for o Manuel Alegre, os comunas não vão votar Cavaco - o que acho que sucederá se Mário Soares for à segunda volta.

Resumindo: tenho mais respeito por aqueles apoiantes de Cavaco que estão preocupados, do que por aqueles que julgam que isto são favas contadas - sempre gostei desta expressão, embora me interrogue porque não "ervilhas contadas"....

The "lil' vietname potbelly" Rush Limbaugh

Era isto que eu queria dizer com "dança dos pigméus".
É um momento cintilante da comédia do ódio, aquele em que o Bill Hicks se apercebe de que o Pres. George "Eagle" Bush tinha perdido a reeleição.
Ahh! The Elephant is Dead!


Bill Hicks, in Arizona Bay

terça-feira, novembro 15

Equidade de Julgamento

Nunca percebi como é que se pode apoiar um país com armas químicas que decide atacar outro porque este tem armas químicas. Provavelmente sou demasiado estúpida para isso. Ou então é só porque nunca tive armas químicas minhas. Porque, se calhar, se as tivesse também ia atacar os demais que as tivessem...

É como o senhor dos aneis: é muito fácil criticar o Gollum, mas só quem teve o anel da mão é que sabe que é quase impossível não ficar assim.

o meu primeiro post

"People ask me where I stand politically, you know. It's not that I disagree with Bush's economic policy or his foreign policy. But that I believe he is a child of Satan here to destroy the planet Earth."

Bill Hicks, in "Revelations"

Esta afirmação refere-se a Bush-pai. Eu revisito-a para a dedicar a Bush-filho, depois de mais uma notícia agradável de ler. Recomendo que sigam os links, não pelos vídeos mas pelos textos.

segunda-feira, novembro 14

Verdade e a Ausência de Lógica

Sou só eu que não estou convencida da total inocência de Paulo Pedroso, Herman José ou Francisco Alves?

O mal da nossa Justiça é que não confiamos no que quer que seja que eles decidem. A dúvida paira sempre no ar, aniquilando as diferenças entre culpados e inocentes. Mais: para mim fica ainda uma interrogação: só havia suspeitos de pedófilia no PS? Nos outros partidos não? A história da Catherine Deneuve do Parque Eduardo VII??

E porque é que, agora que por acaso o governo até mudou, deixamos de ter políticos no caso?

Reparem, não estou a acusar ninguém, só não estou convencida da inocência ou culpabilidade de ninguém.

Não quero apontar o dedo a ninguém, mas acho que tínhamos muito a ganhar se em vez de um figurante tivessemos um actor (no sentido latim do termo) como Procurador Geral da República.

É só uma sugestão.

sexta-feira, novembro 11

Temos de ser umas prás outras...

... vá lá, não custa nada...

quinta-feira, novembro 10

Uma questão de precisão

Miguel,

Não confundir a cultura suburbana, com esta questão. Não confundir Almadas e Massamás com Chelas e Pontinha ou Brandoa.

Uma coisa é a massa fruto de uma sociedade de consumo cujo desenvolvimento económico não foi acompanhado por um desenvolvimento cultural.

Outra é uma massa com uma identidade cultural difusa contruida por oposição a uma cultura dominante que a subjuga e exclui.

Sobborgo

Por momentos pensei que a Joana pensasse diferente de nós, mas a verdade é que, tirando o facto de não partinlhar a sua disponibilidade para aprender a fazer cocktails molotov, estou completa e profundamente de acordo com cada coisa que ela disse.

1. É óbvio que existe um confronto cultural crispadíssimo entre os filhos de emigrantes, principalmente da África francófona, que cria uma barreira de comunicação.
Lembro-me que, quando fui a uma conferência sobre o co-desenvolvimento, um conceito maravilhoso, o representante do Mali dizia que a sua organização não governamental de solidariedade impunha uma taxa obrigatória a todos os habitantes da sua aldeia espalhados pelo mundo, de modo que essa aldeia pudesse ter melhores condições para os que ficaram e para os que quisessem voltar. É impossível compreender um Imposto Obrigatório de Solidariedade destas à luz dos nossos conceitos, principalmente se pensarmos que é imposto a pessoas que vivem em péssimas condições nos países para onde emigraram. E quando nós, os ocidentais, começámos a vincar os nossos escrúpulos republicanos sobre aquele senhor do Mali que estava a estorquir dinheiro aos próprios malianos, ele tornou-se agressivo e o diálogo transformou-se em conflito verbal.
E este é só um exemplo.

Mas parece-me que há outro problema bem mais grave.
Talvez há já dois anos, e desculpem-me se não tenho a paciência para ir verificar os arquivos, tivemos uma discussão neste blog sobre a cultura do subúrbio. Parece-me que é um assunto demasiado pertinente no contexto do que se passa em França, na Alemanha, na Bélgica, na Holanda, no Reino Unido, em Espanha e até em Portugal para ser tão sistematicamente posto de lado. Aprendi este fim-de-semana a dizer subúrbio em italiano e, como já aconteceu com inúmeras outras palavras, esta viagem linguística a Itália foi uma viagem até às origens da nossa própria língua. Sobborgo, isto é, Sub Burgo é a expressão que denomina aqueles que vivem fora e abaixo da cidade, abaixo da própria burguesia, entretanto feita classe média. E é esse exactamente o problema. A cultura daqueles jovens - filhos de emigrantes e das suas culturas, é certo - é o melhor exemplo da vazio ocidental que a mediatização e o nivelamento por baixo de uma suposta cultura média transformou numa cultura medíocre. Aqueles jovens, mais do que serem muçulmanos, ou malianos, ou seja o que fôr (e é óbvio que muitos deles nunca sairam de França e devem achar os países de origem dos pais quase tão exóticos e estranhos como nós)... são nada, vazios de cultura, sem espaço no nosso plano da cidade. Foram criados por uma televisão que não diz nada, numa escola que não conseguiu explicar-lhes o que quer dizer sucesso, dentro de uma comunidade que foi ostracizada, afastados da cidade, para que os cidadãos, nós, não tivessem que se lembrar que eles existiam, a não ser quando se sentavam com eles no autocarro e eles se portavam como animais obscenos e desprezíveis. Alguns deles nem sequer são diferente de nós. São os nossos mitras, os zarri italianos, o white trash americano, mas que desta vez se forjou numa comunidade de pessoas a quem chamamos pretos, que foi fechada da cidade e que também nunca quis ou tentou abrir a porta.

Carlos Miguel Maia

quarta-feira, novembro 9

Les enfants de la patrie...

Estas histórias da violência em França têm posto toda a gente histérica, a discutir formas de acolhimento dos imigrantes. Poucos apresentam argumentos claros, racionais e válidos.

Uns defendem que o modelo europeu errou, na medida em que deu aos imigrantes as mesmas condições de vida concedidas aos cidadãos naturais, sem lhes exigir nada em troca. Outros argumentam que são todos uns revoltados e, revolta por revolta, revoltem-se lá nos países de origem deles.

Ora, eu, na ingenuidade que todos me reconhecem, julgo que os problemas começam logo aqui. Acolher alguém, significa recebê-lo como igual. No meio de nós. Deixar de o ver e categorizar como imigrante, para o tratar como português, francês, belga ou espanhol. Provavelmente estou a ser demasiado individualista, mas creio que estes cidadãos do mundo devem ser tratados como seres humanos únicos e não como números estatísticos que vamos empurrando para os guetos das nossas periferias e para as profissões que nós nos recusamos a ter, em condições indignas.

Há prédios vazios no meio da cidade cuja recuperação custaria bem menos que a construção de complexos habitacionais de raiz em Chelas e afins. Isto permitiria que os imigrantes vivessem junto de nós, fossem à mesma mercearia, ao mesmo Pingo Doce, permitiria que os seus filhos fossem à mesma escola que os nossos. Que, lentamente, e ao seu próprio ritmo, se fossem integrando na nossa sociedade.

Acho que o importante aqui é entendermos que todos nós podiamos estar nesta situação. Que ao trauma de termos de abandonar as nossas casas, os nossos amigos, as nossas cidades, acrescentamos o facto de sermos suspeitosamente olhados de lado, de trabalharmos em condições desumanas, de o país onde estamos se recusar a reconhecer o nosso estatuto legal. Eu confesso, se fosse comigo, também andaria por aí a queimar carros.

terça-feira, novembro 8

Ironia do destino

É muitíssimo provável que os desacatos com os imigrantes em França, e que também estão a "afectar" os nossos bravos que tiveram que sair do país à procura de uma vida melhor, também tenham a participação dos próprios filhos dos nossos bravos.
É muitíssimo provável que alguns dos idiotas que nos repugnam e que nos fazem querer que sejam todos deportadinhos, qu'era pr'aprenderem,
se voltassem aos seus países de origem,
viessem para exactamente cá.

Sou contra a violência física dos idiotas que incendiam carros e casas em França.
Sou contra a violência intelectual dos idiotas que pensam que varrer os imigrantes da nossa vista é sequer uma solução para o problema,
quanto mais a solução justa.

Carlos Miguel Maia

sábado, novembro 5

Comportamento ético

Depois de ter arrastado os Estados Unidos e os seus aliados para uma proverbial wild goose chase, o Bush (continuo com a minha imitação da maneira carinhosa como o Soares o trata) achou que o facto de um colaborador directo do vice-Preidente, esse paladino da transparência, ter mentido descaradamente a investigadores federais não é o melhor que a Casa Branca consegue fazer...
Por isso, vai de dar cursos de Ética a todo o mundo que trabalha no 1600, Pennsylvania Avenue.
Não sou ingénuo ao ponto de achar que a política da Casa Branca é tão impoluta e incorruptível como o Jorge Coelho,
com este ou com qualquer outro Presidente,
e até acho que há coisas na política que é melhor que as pessoas nem saibam... porque é dessas coisas que os jornalistas vivem...
mas daí ao pessoal precisar que seja o próprio Wabbia a preparar-lhes uns refreshers sobre como agir eticamente em política...

Carlos Miguel Maia