quarta-feira, setembro 20

Voltando um pouco atrás...

Enquanto todos se ocupam a dissecar o CV do (futuro) novo Procurador-Geral da República gostaria apenas de propôr a reflexão sobre o trabalho de Souto Moura e o facto de este nunca ter sido demitido...

Bento II (espero não ter que chegar ao Bento XVI)

Das coisas que me irrita mais neste ataque idiota ao papa, é que me estou a ver na contigência de ter que o defender. Não gosto nada das posições dele em demasiados temas, para estar a perder o meu latim com ele, mas o homem não fez rigorosamente nada do que se diz que ele fez... e isso irrita-me.

Eis o que aconteceu, nada mais nada menos do que nas palavras do próprio:
«Avevo scelto come tema il rapporto tra fede e ragione e per introdurre l'uditorio nell'attualità dell'argomento ho citato un dialogo del XIV secolo, in cui l'imperatore bizantino Emanuele II in modo per noi incomprensibilmente brusco parla del rapporto tra religione e violenza. Questa citazione si è prestata ad essere fraintesa, ma al lettore attento risulterà che non volevo fare mie la parole dell'imperatore medievale e che il suo contenuto polemico non esprime la mia convinzione personale».

Escolhi como tema a relação entre fé e razão e, para introduzir o auditório à actualidade da discussão, citei um diálogo do Século XIV, em que o Imperador bizantino Emanuel II, de um modo incompreensivelmente brusco para nós, fala da relação entre religião e violência. Esta citação prestou-se a ser subentendida, mas ao leitor mais atento resultará que não queria fazer minhas as palavras do imperador medieval e que o seu conteúdo polémico não exprime a minha convicção pessoal.

Podemo-nos concentrar agora sobre coisas que realmente tenham acontecido?

segunda-feira, setembro 18

Bento

Sou católico. É verdade que sou católico. Mas o que me faz reagir a este caso em torno das declarações do Papa não tem nada a ver com catolicismo. Podia ter acontecido ao Hitler (de quem este Papa até era fã, aparentemente, durante parte da juventude), ou ao Mao que eu ia ser o primeiro a defender a inocência das palavras do grande timoneiro.

Não é que o homem, a meio - note-se - de um discurso sobre a pertinência do ensino religioso ao nível unversitário, se põe a citar um pensador bizantino do sec. XIV e, vai daí toda a gente chega à conclusão de que ele estava a atacar o Islão.

O desgraçado disse qualquer coisa do género: havia um gajo qualquer que uma vez, aqui há 700 anos, disse que o Islão era uma merda e todos os muçulmanos eram potenciais bombistas suicidas...
e eu não concordo com todos os que tiverem uma visão da religião que envolva bombas... porque...
a religião é do tipo de coisas que ficam bem é nos debates académicos e devia ser profundamente discutida por todos os estudiosos que amam o conhecimento, crentes ou não.

Resultado, vamos todos citar o Papa com tendo dito que "o Islão era uma merda".

Valha-me Nossa Senhora.

quinta-feira, setembro 14

9-11

Ainda não vi o filme e algo me diz que não vou ver.
Porquê:

1. O bigode do Nicholas Cage.

2. Frases como "I was prepared for anyhting... but I wasn't prepared for this". Não, Nick, não estavas preparado para tudo.
Alguém explique ao argumentista que, numa guerra, dois prédios feitos em ruinas até é o de que mais simpático pode acontecer.