segunda-feira, outubro 5

5 de Outubro

Hoje acordei, comi um palmier coberto, e vim até aqui reflectir sobre o 5 de Outubro.

A verdade é que não há muito a reflectir. Infelizmente, o 5 de Outubro tornou-se numa festa vazia de significado em que a maior parte das pessoas passará cinco segundo perguntando-se qual é o santo a que se deve o feriado e este bendito fim-de-semana alargado. Mais tarde, ao ver as notícias na televisão, talvez alguns se apercebam que o feriado não é religioso e, tenho a certeza disso, é nessa altura que poderá ver aquilo em que a festa da república se tornou: um dia de propaganda da monarquia.

Hoje em dia, a questão da república vs. monarquia está colocada nos seguintes termos: há uns quantos monárquicos, normalmente gente que canta o fado e é dona de um solar, gente com dinheiro a mais e preocupações a menos; depois, há o resto de nós, os não-monárquicos, os normais. Republicanos, propriamente ditos, tirando o Mário Soares, não me lembro de haver nenhum.

Mas não façamos confusões, entre monarquia e república há uma escolha a fazer. E, para que a república faça sentido e avance, é preciso que a maioria da sua população seja republicana e não apenas "não-monárquica".

Pois bem, neste 5 de Outubro, deixo aqui a minha profissão de fé: eu sou um convicto republicano, por motivos "não-monárquicos", com certeza, mas principalmente por motivos republicanos propriamente ditos.

Por motivos "não-monárquicos" porque existe uma questão fundamental de que os monarquistas fogem como o diabo da cruz ou os autarcas do PSD da Manuela Ferreira Leite: e quem seria o monarca? Esta questão coloca por terra todas as outras brilhantes ilações que os monárquicos fazem da nossa república velha e decadente, porque não há imagem de maior decrepitude do que o nosso "monarca", senhor de um farto bigode, marido da "Isabelinha" e pai dos príncipes que, mesmo em bebés, estavam proibidos de chorar. Se ter o Cavaco a Presidente já é mau por cinco anos, imaginem ter o D. Duarte para o resto da vida.

Os motivos republicanos têm a ver com uma referência meio escamoteada, inscrita logo no início de um artigo muitas vezes esquecido na Constituição de 1976 e que não o devia ser, até porque é logo o 2º. O artigo reza assim: "A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular (...)". Soberania popular. Para quem tenha curiosidade de saber como funciona a monarquia, saiba que na sua lista prioridades estaria a revogação deste artigo. O soberano da nação deixaria de ser o povo português e passaria a ser o senhor do bigode farto. E, não sei explicar porquê, isto de ser o soberano de mim próprio, por muito que seja apenas uma imagem simbólica e uma formalidade, é uma ideia que ainda me diz qualquer coisa.

sábado, outubro 3

Liga dos Últimos: Giggle-time All-mo

Fonte: http://www.mudarlisboa.org/

Bem sei que o objectivo inicial era de passar pelos outros digníssimos representantes da "Liga dos Últimos", passando pelo MEP, o PCTP, indo a exemplos históricos como a ascenção do Bloco de Esquerda, a surpreendente primeira campanha do PSN (o partido dos reformados) e a lição dada pelo CDS-PP nas últimas legislativas.

Mas, estando nós em plena campanha para as autárquicas, não posso deixar de falar do caso que mais me fascinou nesta campanha. E envolve de novo o MMS.

O candidato a Lisboa pelo Movimento Mérito e Sociedade chama-se António Costa.
Quais são os seus principais méritos enquanto candidato? Chama-se António Costa.
Qual é a plataforma política em que se apoia? Ele chama-se António Costa.
Qual é a mensagem? O homem chama-se António Costa.

Perceberam bem? O candidato do partido mais inexpressivo a concorrer a estas eleições autárquicas na capital (se não "o" mais inexpressivo parece estar a tentar tudo para conquistar o título) tem o mesmo nome do actual Presidente da Câmara e candidato à reeleição. E não me canso de o repetir porque eles também não se cansarão: ele chama-se António Costa.

Sempre considerei que a estratégia de marketing que aposta na confusão entre o que realmente se quer e o que se acaba por levar tem alguns, pequenos, problemas de sustentabilidade.

Na política não é diferente, em primeiro lugar, porque esta estratégia tem apelo junto dos eleitores menos comprometidos com a eleição (ou isso, ou aos que vejam mal ao perto) e que se enganem com facilidade na hora de votar. Ora essa é, obviamente, uma faca de dois gumes, porque, no altar de Nossa Senhora da Asneira, nem Deus sabe quem acaba sacrificado. Esta é uma táctica latente até na própria escolha do nome do movimento. Já vi pessoas, I kid you not, a dizer convictamente que esse movimento, o "SMS", é aquele que se vota pelo telemóvel. Mais votos, de eleitores perfeitamente mobilizados, que são lançados ao lixo. Em segundo lugar porque isso de vender ténis da marca "Abibas" é claramente coisa de feirantes e não é fácil conseguir votos aí porque já passaram por lá outros a marcar o território.

Mas não se pense que foi só o MMS a jogar na confusão do eleitor incáuto. O próprio Partido Republicano dos Estados Unidos, com outra história e responsabilidade ao nível mundial, já jogou a mesma carta e, se me perguntarem, duvido que consigam melhores resultados. O Jon Stewart explica.

The Daily Show With Jon StewartMon - Thurs 11p / 10c
Elephant in the Room
www.thedailyshow.com
Daily Show
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Political HumorRon Paul Interview

quinta-feira, outubro 1

Conflitos.....

O ambiente que a política dos nossos dias respira não me apraz.
Independentemente da cor política ou de quem tem razão ou não
é deveras lamentável o nível a que se chegou!

Embora seja agradável criticar e opinar sobre o mesmo....
A melhor Imagem que tenho deste conflito é este, imagino Cavaco a fazer de Boy George

Do Outro lado do Oceano

Já que o nosso correspondente ainda não nos mostrou nada....
Aqui vai o meu mais recente regozijo

lonely islanders para descobrir!

.... And we're back!!!!



Rejuvenescimento.... soa sempre bem, mesmo para quem nunca precisou de um.
Estamos de volta para opinar, relatar ou mesmo apontar as fragilidades/resistências/virilidades desta nossa sociedade contemporânea....

Eu digo: On your Marks!!! Get set!!! Go!!!!!!!