Tenho o hábito diário (que me ficou porventura dos dias de jornalista, em que começava a jornada laboral pela revista de imprensa), de começar o dia fazendo uma revista de blogs. Normalmente, ao contrário do que possa parecer, até gosto (bastante!) de ler pontos de vista diferentes do meu. Aliás, confesso que gostei, por uma vez, de estar em desacordo com este
senhor (que, aliás, insistiu em continuar
"do contra").
Agora ele há coisas, tipo
isto, que me deixam fora de mim. É um blog com o qual até simpatizo - os rapazes são idealistas, têm graça. Mas este senhor em particular, tem o condão de com (enorme) frequência me irritar. Ora se há coisas que deixo em branco (não são defeito, são feitio...) esta irritou-me particularmente.
Em primeiro lugar, gostava de esclarecer, que dificilmente qualquer mente iluminada me caracterizaria de
comunista. Quero deixar isto claro, e se entretanto já leram
isto, já sabem do que falo...
Em segundo lugar, o João é, sem dúvida, o único menino com miolos dentro daquela turma. Sabe medir a fronteira entre a sala de aula e o recreio. Se bate aos outros é porque os outros são demasiado parvos para se defenderem. (Convém aqui explicar: tenho para mim, derivado da minha experiência na primária, que estes seres que batem aos outros meninos, vivem de um terror colectivo que advém da ignorância de que a união faz a força - aos 8 anos testei esta teoria e provei a sua veracidade - embora até lá nunca me tenham batido, fazia-me espécie que batessem nos outros... Afinal nem todos têm "olhos de bambi"...). Mas o João não é um menino qualquer: apesar de no recreio ser o maior dos terrores da criançada, perante a autoridade (a professora), mostra-se inteligente e aplicado, sendo "um bom aluno" (provavelmente melhor aluno que a criaturinha adorável que não sabe o que é o comunismo - e continua sem saber - e que vai apanhando uns empurrões no recreio.
Ora, do meu humilde ponto de vista, este perfil do João, assemelha-se muito mais ao de um empresário. Iria mesmo mais longe, quase me faz lembrar um certo político de direita que recentemente (depois de ter experimentado o doce sabor do poder e de o Povo, esse grande comunista, o ter privado dele), fugiu para destino incerto (embora se saiba que há-de receber uma medalha lá para as terras do tio Sam).
Com isto quero dizer que o João de comunista não tem nada. Aliás se fosse comunista batia tanto aos colegas como à professora, como se sabe.
O que a mim me irritou nesta história (para além do facto de estarem a ter um jantar de família com a televisão ligada), foi a semelhança com um antigo conto que defendia que os soviéticos comiam criancinhas ao pequeno-almoço (o que, tal como Henrique saberia se tivesse tido uma infância vagamente feliz, não passa de uma adulteração do "Pequeno Polegar").
Aconselho, a quem tem filhos ou conviva com crianças, a não os tratar como estúpidos e, sobretudo no que diz respeito à política, informe-nos de forma isenta - deixem que eles pensem pelas próprias cabeças e que encontrem o caminho político que mais lhes agrade.