sexta-feira, fevereiro 17

Relativizar

Chateia-me que se tome a ciência como uma coisa definitiva e objectiva. Não que seja expert na matéria, nada que se pareça, mas se há coisa que o Bill Bryson me ensinou é que nada deve ser tido como certo. Da mesma forma, fui ensinada (sobretudo pelo meu Pai) a questionar a História, a recolher informação variada e, acima de tudo, a não aceitar qualquer tipo de dogmas. Fui ensinada, para mal dos meus pecados e daqueles que comigo vão tendo o azar de conviver, a pensar pela minha cabeça - com todos os males que tal vil liberdade acarreta.

Por isso fico chateada, quando, sempre que se questiona o que quer que seja, apareçam vozes a clamar desordem e anarquia de pensamento e a insistir que há assuntos que só são questionados por birra e/ou pirraça. Para mim (e assumo a minha ignorância) não é claro que o Gulag foi a consequência lógica do regime comunista. Não que seja contra a ideia, mas porque me parece que o Gulag se prende mais com a especificidade do regime comunista russo do que com o Comunismo per se.

Da mesma forma que o avançar da ciência permitiu encontrar excepções às mais universais regras da aritmética (ao nível das partículas, tudo pode acontecer), a história vai sendo revista e rescrita. E isso é positivo.

Ah, e eu não sei com que pessoal comuna o Henrique se dá, mas conheço pessoalmente pessoas de quem gosto, admiro e respeito que negam, por exemplo, a prática de tortura por agentes da PIDE (dizem sempre "não era bem assim"). Parece-me que não são só os comunas que têm uma má relação com a história. Parece-me é que o relativismo tão revelador dos partidarismos ideológicos como os dogmas.

quinta-feira, fevereiro 9

Bolas!

Faltei ao meeting social da blogosfera...

quarta-feira, fevereiro 8

The World is a Highschool

Sou só eu, ou isto anda numa de "uma no cravo, outra na ferradura". Por um lado, os regimes extremistas muçulmanos são uma ameaça aterradora para o mundo ocidental, de tal forma que temos de enviar para lá tropas e destruir umas cidadezitas (para eles verem com quem se andam a meter e acalmarem a athomic race, um desporto reservado às elites democráticas). Depois, quando eles têm amuos (benza-os Deus ou Alá, whatever...), vimos dar tao tao aos jornalistas, os geeks que se ousaram meter com os bullys.

Este post começou por ser um comentário a isto...

Símbolos e a Morte

Chamem-me o que quiserem, mas acho que poucos ideais têm mais valor do que a vida humana. Qualquer vida humana. E não, que eu saiba, já não matamos ninguém em nome de Jesus Cristo. Mas não creio que estejamos num (tão proclamado) muito avançado estado de evolução, quando matamos em nome de valores económicos. Pessoalmente, quase preferia que matássemos em nome do Papado ou assim.

terça-feira, fevereiro 7

Símbolos II

"Chateia-me que se queimem livros, claro, mas estou-me nas tintas se queimem, raivosamente, os catálogos do Círculo de Leitores"

segunda-feira, fevereiro 6

Símbolos

Sempre me irritaram os símbolos. Coisas, sem valor real, mas que valem imenso devido ao link psicológico que representam. Não sei se é por não ter tido uma educação religiosa, ou, simplesmente, não ter afinidades ideológicas com qualquer tipo de organização, a verdade é que as questões simbólicas me passam um pouco ao lado. Por isso nunca entendo muito bem a indignação que cartoons e afins causam. Como nunca percebi porque é que o Herman foi censurado pelo gozo da última ceia. Também nunca me chateei com pessoal que queima bandeiras e cospe para fotografias - bem, também não conheço ninguém que tenha feito isso.

O que a mim me chateia, e muito, é que directores de jornal percam o emprego por terem sentido de humor. O que a mim me chateia é teatrealidade da revolta. E mais. Chateia-me que, por estas e por outras, não se goze mais. Acredito piamente que o humor não é ofensivo, que é possível rir de tudo. Por isso me surpreendi com as reacções a isto. Foram, no mínimo, ridículas.

Ah, e chateia-me que os deuses católicos, judeus, hindus, taoistas e afins, não sejam também gozados imensamente gozados.

quarta-feira, fevereiro 1

Acaba-se uma cá

Eis que começa já outra em Itália.



Já os "Sim Iraque" no governo?
Si, grazie mille.