quarta-feira, agosto 31
Contrariamente ao que os leitores deste blog possam pensar, fiquei um pouco triste com a desistência de Manuel Alegre. Mais do que por achar que ele dava um bom Presidente, por achar que ele é um dos últimos românticos do plateau político. Estou cansada de teóricos, dissecadores de conceitos, materialistas, economistas, funcionalistas. É que estas características só têm valor se acompanhadas de competência. Quero idealistas, sonhadores, gente capaz de morrer por aquilo em que acredita. Oradores, poetas, quero alguém de viver a política por e com paixão. Mesmo que defendam ideias absurdas. Mesmo que os apelidem de loucos. Mesmo que nem eu vote neles. Gostava de os ver. E sobretudo de os ouvir...
segunda-feira, agosto 29
Dedicatória
A todos os americanos que estão enfiados num engarrafamento, aborrecidos, dedico esta música...
and i dont want to spend my whole life, just in waiting for you
now i dont want u back for the weekendnot back for a day ,
no no no
i said baby i just want you back and i want you to stay
Katrina and the waves, walking on sunshine
and i dont want to spend my whole life, just in waiting for you
now i dont want u back for the weekendnot back for a day ,
no no no
i said baby i just want you back and i want you to stay
Katrina and the waves, walking on sunshine
sexta-feira, agosto 26
Plágio
Quero dedicar este meu regresso às lides bloguistas a dois grandes vultos cujo estilo me preparo para emular.
Por um lado, Giles Teixeira, que usa a autoestrada da informação com uma parcimónia do melhor estilo da ética utilitarista minimalista. Para que se suje o silêncio internauta, Teixeira permite que se use pura e simplesmente a anúncios lacónicos e sempre úteis de concertos da bela arte da musa em que o próprio participa.
Por outro lado: o pequeno ditador, a bênção de Deus à cidade invicta, Miguel Arouca. Não almejo a projecção literário o diário da sua viagem ao Brasil, qual Peregrinação de Mendes Pinto.
Anuncio, pois, que se devem ligar nos próximos dias ao meu blog, e seguir os episódios de uma viagem pela Itália dentro de mim.
Miguel Maia
Por um lado, Giles Teixeira, que usa a autoestrada da informação com uma parcimónia do melhor estilo da ética utilitarista minimalista. Para que se suje o silêncio internauta, Teixeira permite que se use pura e simplesmente a anúncios lacónicos e sempre úteis de concertos da bela arte da musa em que o próprio participa.
Por outro lado: o pequeno ditador, a bênção de Deus à cidade invicta, Miguel Arouca. Não almejo a projecção literário o diário da sua viagem ao Brasil, qual Peregrinação de Mendes Pinto.
Anuncio, pois, que se devem ligar nos próximos dias ao meu blog, e seguir os episódios de uma viagem pela Itália dentro de mim.
Miguel Maia
quinta-feira, agosto 25
Notícias
O Público faz hoje notícia de capa o anúncio da data de anúncio a candidatura de Soares à Presidência. Sou só eu que sou implicante, ou estamos a cair no ridículo. Afinal onde está a notícia? Já sabiamos que Soares anunciaria a candidatura no fim das férias. Ok, agora temos a data. Ok, o anúncio oficial é notícia de primeira página, sim - até porque, conhecendo a peça, acho que o Soares vai largar uma ou outra jarda para apimentar a rentré. Mas fazer da data do anúncio notícia de primeira página, parece-me, em última análise, uma grande falta de imaginação...
quarta-feira, agosto 17
Um Post a Sério
Ok. Não me posso ficar pela antipatia pessoal que nutro pelo senhor. Nem pelas razões superficiais. Pela "espuma". Se há coisa que não é mentira é eu não ter opiniões políticas...
O ser que eu, de forma tão veemente abomino, foi nosso primeiro ministro durante dez anos. Sim, foram anos de grande crescimento. Sim, forma anos de grande optimismo. Sim, foram os anos em que recebiamos quantias pecaminosas dos fundos de Bruxelas. Mais do que qualquer outro, Cavaco teve os instrumentos para fazer de Portugal um país à escala europeia. Ficou-se pelo óbvio, por aquilo que qualquer homem de direita faria - abriu a nossa economia. Sim, foi, de facto positivo. Mas foi só isso.
Cavaco teve a oportunidade de reformar a administração pública. Não o fez. Teve a oportunidade de incentivar o desenvolvimento das pequenas e médias empresas. Não o fez (aliou-se aos grandes grupos económicos). Ninguém como ele teve poder e influência para reformar os sistemas fiscais. Não o fez.
Mas, e desculpem se resvalo novamente para uma perspectiva demasiado subjectiva, aquilo que mais me desgosta nos governos de Cavaco é a forma como tratou a Educação. Nunca como no seu reinado surgiram Universidades mediocres (não, nem eram de amigos dele, calúnias...). Todos os anos os curriculos mudavam abruptamente e cada vez se ensinava menos. Acabou-se com a PGA, e instauraram-se uma série de regimes que mudavam quase todos os anos e que levaram a que, hoje, seja possível entrar para a faculdade, literalmente, sem saber ler nem escrever.
Cavaco é um economista. Mas é um homem limitado a essa área. Não tem o sentido de Estado, a grandeza intelectual para perceber que não é só de dinheiro que se constroi uma nação. Acredito piamente que uma das razões (a principal, até) da nossa crise, é esta mentalidade tão pequena que mostramos. Não sabemos trabalhar, mas não queremos aprender. Somos um país de esquemas, de trapaças. E Cavaco é um símbolo disso mesmo.
Não acredito que Cavaco Silva seja capaz de "puxar pela autoestima, dar um exemplo de exigência e rigor, aconselhar e, acima de tudo, assegurar os portugueses que não alinhará com eleitoralismos, com interesses partidários ou outros". Quando esteve lá, quando ocupou o lugar onde podia provar o contrário, Cavaco foi capaz de tudo menos disto.
Por isso, entre um e outro, prefiro o Mario Soares. Não por achar que ele é óptimo, mas porque é um mal menor...
O ser que eu, de forma tão veemente abomino, foi nosso primeiro ministro durante dez anos. Sim, foram anos de grande crescimento. Sim, forma anos de grande optimismo. Sim, foram os anos em que recebiamos quantias pecaminosas dos fundos de Bruxelas. Mais do que qualquer outro, Cavaco teve os instrumentos para fazer de Portugal um país à escala europeia. Ficou-se pelo óbvio, por aquilo que qualquer homem de direita faria - abriu a nossa economia. Sim, foi, de facto positivo. Mas foi só isso.
Cavaco teve a oportunidade de reformar a administração pública. Não o fez. Teve a oportunidade de incentivar o desenvolvimento das pequenas e médias empresas. Não o fez (aliou-se aos grandes grupos económicos). Ninguém como ele teve poder e influência para reformar os sistemas fiscais. Não o fez.
Mas, e desculpem se resvalo novamente para uma perspectiva demasiado subjectiva, aquilo que mais me desgosta nos governos de Cavaco é a forma como tratou a Educação. Nunca como no seu reinado surgiram Universidades mediocres (não, nem eram de amigos dele, calúnias...). Todos os anos os curriculos mudavam abruptamente e cada vez se ensinava menos. Acabou-se com a PGA, e instauraram-se uma série de regimes que mudavam quase todos os anos e que levaram a que, hoje, seja possível entrar para a faculdade, literalmente, sem saber ler nem escrever.
Cavaco é um economista. Mas é um homem limitado a essa área. Não tem o sentido de Estado, a grandeza intelectual para perceber que não é só de dinheiro que se constroi uma nação. Acredito piamente que uma das razões (a principal, até) da nossa crise, é esta mentalidade tão pequena que mostramos. Não sabemos trabalhar, mas não queremos aprender. Somos um país de esquemas, de trapaças. E Cavaco é um símbolo disso mesmo.
Não acredito que Cavaco Silva seja capaz de "puxar pela autoestima, dar um exemplo de exigência e rigor, aconselhar e, acima de tudo, assegurar os portugueses que não alinhará com eleitoralismos, com interesses partidários ou outros". Quando esteve lá, quando ocupou o lugar onde podia provar o contrário, Cavaco foi capaz de tudo menos disto.
Por isso, entre um e outro, prefiro o Mario Soares. Não por achar que ele é óptimo, mas porque é um mal menor...
5 Razões para não votar Cavaco
1. O mínimo exigido a um Presidente da República é educação, savoir être, não suporto a ideia de Cavaco, presidindo comissões diplomáticas, a comer de boca aberta;
2. A Primeira Dama é um factor importante: convenhamos a Maria Cavaco não é um exemplo nem de classe, nem de elegância e muito menos de bom-senso - no tempo em que o marido era primeiro ministro, ela levava dois seguranças quando dava aulas na Católica;
3. Ok, ele foi, provavelmente, o melhor primeiro ministro nos trinta anos da nossa democracia (e não, isto não é um elogio...). Mas isso não faz dele um bom Presidente. E aqueles que em tal acreditam, estão ébrios com licores sebastianistas;
4. Ele é feio. É mesmo muito feio. Não cria empatia, não tem carisma. Não é uma figura simpática. Sinceramente, e agora é o meu lado emocional que está on-line, precisamos alguém capaz de mexer com o lado psicológico da nação, que resgate um pouco do orgulho de ser português. Não de alguém com ar de quem engoliu uma vassoura...
5. O Presidente é, não esqueçamos, uma figura quase simbólica. E, símbolo por símbolo, prefiro o Soares. Antes um avô querido e com uma história de vida fantástica do que uma versão masculina da madrasta da Branca de Neve (com o anão manhoso da Maria tipo brinde...).
2. A Primeira Dama é um factor importante: convenhamos a Maria Cavaco não é um exemplo nem de classe, nem de elegância e muito menos de bom-senso - no tempo em que o marido era primeiro ministro, ela levava dois seguranças quando dava aulas na Católica;
3. Ok, ele foi, provavelmente, o melhor primeiro ministro nos trinta anos da nossa democracia (e não, isto não é um elogio...). Mas isso não faz dele um bom Presidente. E aqueles que em tal acreditam, estão ébrios com licores sebastianistas;
4. Ele é feio. É mesmo muito feio. Não cria empatia, não tem carisma. Não é uma figura simpática. Sinceramente, e agora é o meu lado emocional que está on-line, precisamos alguém capaz de mexer com o lado psicológico da nação, que resgate um pouco do orgulho de ser português. Não de alguém com ar de quem engoliu uma vassoura...
5. O Presidente é, não esqueçamos, uma figura quase simbólica. E, símbolo por símbolo, prefiro o Soares. Antes um avô querido e com uma história de vida fantástica do que uma versão masculina da madrasta da Branca de Neve (com o anão manhoso da Maria tipo brinde...).
quarta-feira, agosto 10
Brilhantismo
"E o verdadeiro dilema é este os europeus não têm forma de pressionar, não actuam em tempo útil, não são determinados, e isso obriga a que os americanos ajam. Não se queixem, depois."
O Luís Delgado é um homem brilhante. Consegue dizer coisas maravilhosas, assim, sem nos preparar nem nada. Agora, O Iluminado, queixa-se que a Europa é soft. Vamos pela via - inútil, claro - do diálogo, não invadimos, não mandamos bombas e até temos uma opinião pública que se queixa quando matamos um terrorista no Metro (oooops, pois é, não era terrorista... Mas fugiu para o Metro e toda a gente sabe que fugir para o Metro é sinal de terrorismo...).
Ora, é por essas e por outras que os Americanos (oh, veneráveis deuses habitantes da land of freedom), depois têm de intervir. Porque eles nem gostam. E até têm toda uma indústria de armamento que está farta de tanto trabalhar para manter guerras que podiam ser, perfeitamente, da Europa.
Agora Luís Delgado, oh, tu que vês enquanto nós dormitamos, vem avisar-nos para os perigos do Irão, essa nação de maquiavélicos pertencente ao eixo do mal. Pois é, parece que eles querem construir a bomba atómica. Parece. E o Luís Delgado confia, porque acha que lá por eles se terem enganado no Iraque, não quer dizer que se enganem agora.
O Nosso Mestre declara ainda que os iranianos são loucos. Eu, pessoalmente, nunca conheci nenhum, mas parece-me que o Ilustríssimo não diria uma coisa dessas, assim, se não conhecesse, pessoalmente, pelo menos, uns milhões deles. Por exemplo, o Astérix para dizer o mesmo dos Romanos, teve de se bater com muitos deles.
Mas como Luís, o Grande, não deixa de lembrar, loucuras destas têm remédio: o mesmo prescrito para o Iraque, pois claro! Nada como invadir, saquear, destruir e matar para pôr um país no eixo do Bem. De facto, nós, Europeus (menos o Luís Delagado, claro) temos de deixar de ser bárbaros...
O Luís Delgado é um homem brilhante. Consegue dizer coisas maravilhosas, assim, sem nos preparar nem nada. Agora, O Iluminado, queixa-se que a Europa é soft. Vamos pela via - inútil, claro - do diálogo, não invadimos, não mandamos bombas e até temos uma opinião pública que se queixa quando matamos um terrorista no Metro (oooops, pois é, não era terrorista... Mas fugiu para o Metro e toda a gente sabe que fugir para o Metro é sinal de terrorismo...).
Ora, é por essas e por outras que os Americanos (oh, veneráveis deuses habitantes da land of freedom), depois têm de intervir. Porque eles nem gostam. E até têm toda uma indústria de armamento que está farta de tanto trabalhar para manter guerras que podiam ser, perfeitamente, da Europa.
Agora Luís Delgado, oh, tu que vês enquanto nós dormitamos, vem avisar-nos para os perigos do Irão, essa nação de maquiavélicos pertencente ao eixo do mal. Pois é, parece que eles querem construir a bomba atómica. Parece. E o Luís Delgado confia, porque acha que lá por eles se terem enganado no Iraque, não quer dizer que se enganem agora.
O Nosso Mestre declara ainda que os iranianos são loucos. Eu, pessoalmente, nunca conheci nenhum, mas parece-me que o Ilustríssimo não diria uma coisa dessas, assim, se não conhecesse, pessoalmente, pelo menos, uns milhões deles. Por exemplo, o Astérix para dizer o mesmo dos Romanos, teve de se bater com muitos deles.
Mas como Luís, o Grande, não deixa de lembrar, loucuras destas têm remédio: o mesmo prescrito para o Iraque, pois claro! Nada como invadir, saquear, destruir e matar para pôr um país no eixo do Bem. De facto, nós, Europeus (menos o Luís Delagado, claro) temos de deixar de ser bárbaros...
A importância da côr na decoração do País
A análise de cores dos candidatos; (ainda) não oficiais, a Belém, mostra como o nosso país, tão cedo, não sairá da cepa torta. Soares é o branco-casca-de-ovo, versão tinta de parede, com brilho mate. É a opção fácil para qualquer divisão do lar. Foge-se ao branco-cal, que é de facto aborrecido, (e Soares pode ser "antigo", mas nunca aborrecido) mas não se perde a sensação de dejá vu. Já Cavaco é, parece-me óbvio, um castanho, versão alcatifa. Totalmente ultrapassado, só esteve, vagamente, na moda nos anos 80. Se bem usado por um bom decorador (leia-se fundos da UE) até é capaz de ter um efeito muito à frente, mas dado que Cavaco vem acompanhado pela Maria, o verdadeiro bibelot kitsch, não vejo salvação possível.
quarta-feira, agosto 3
A Difícil Arte de Pensar
O nosso povo é um povo preguiçoso. Trabalhar não é connosco, pois claro "se os malandros não trabalham, porque é que eu hei-de trabalhar...". E também não pensam, muito menos politicamente.
Já aqui escrevi sobre esta temática, pois é coisa que me angustia por demais. Continuamos a encarar a política com a mesma leveza com que encaramos um jogo de futebol. Num determinado momento da nossa vida vestimos a camisola, assumimos uma fé e arrumamos o assunto.
O que me faz espécie é que, uma vez o assunto arrumado, não voltamos a pensar nas coisas. E por isso temos o país que temos. Não oiço ninguém dizer se o Carrilho é melhor que o Carmona, muito menos porquê. Só oiço "gosto deste, odeio aquele, matem o outro". O mesmo em relação a Cavaco e Soares. O mesmo em relação ao Governo - gosto particularmente das vozes que agora se levantam para apedrejar (com razão) a Ota e o TGV, mas que cuidadosamente estiveram calados nas medidas do Campos e Cunha (ou então também disseram mal, porque o que interessa é dizer mal do adversário...).
Enfim, às vezes gostava de falar, só por falar destas coisas. Pensar. Raciocinar sobre o que de facto é melhor. É que acho, que nisto da política, como em quase tudo, não há como raciocinar e provar para chegar à verdade.
Já aqui escrevi sobre esta temática, pois é coisa que me angustia por demais. Continuamos a encarar a política com a mesma leveza com que encaramos um jogo de futebol. Num determinado momento da nossa vida vestimos a camisola, assumimos uma fé e arrumamos o assunto.
O que me faz espécie é que, uma vez o assunto arrumado, não voltamos a pensar nas coisas. E por isso temos o país que temos. Não oiço ninguém dizer se o Carrilho é melhor que o Carmona, muito menos porquê. Só oiço "gosto deste, odeio aquele, matem o outro". O mesmo em relação a Cavaco e Soares. O mesmo em relação ao Governo - gosto particularmente das vozes que agora se levantam para apedrejar (com razão) a Ota e o TGV, mas que cuidadosamente estiveram calados nas medidas do Campos e Cunha (ou então também disseram mal, porque o que interessa é dizer mal do adversário...).
Enfim, às vezes gostava de falar, só por falar destas coisas. Pensar. Raciocinar sobre o que de facto é melhor. É que acho, que nisto da política, como em quase tudo, não há como raciocinar e provar para chegar à verdade.
segunda-feira, agosto 1
Nós e a Democracia
Há dias que um grupo de amigos, no qual me incluo, tem perdido séculos a discutir o aeroporto da Ota. Nem me vou já debruçar sobre o argumento que originou esta discussão, até porque quero acreditar que os autores e defensores da teoria , como pessoas inteligentes que sei que são, a esta altura já tenham refreado os seus ânimos e entendido onde nós temos razão. O que me chateia e até desmoraliza é que, à falta de melhores argumentos, caimos sempre no "ah pois tu dizes isso porque és de esquerda" ou "claro que uma pessoa de direita só poderia dizer isto". Ora se isto já é iriitante assim à microscópica escala do nosso grupito de amigos, que dizer à escala nacional.
Antes de mais há o óbvio. É óbvio que a função Pública tem de ser reestruturada. É óbvio que a progressão de carreiras tendo por critério o tempo que se ocupa uma cadeira, é ridícula. É óbvio que há coisas mais urgentes para fazer do que construir aeroportos ou infraestruturas para o TGV. É óbvio que a Educação tem de melhorar. Tudo isto é óbvio tanto para nós, como para qualquer analfabeto a quem isto seja bem explicado. Então qual o verdadeiro problema?
O problema é que o óbvio requer sacrificios. De todos. E se todos dizemos "sim, despeçam parte dos idiotas das repartições de finanças", logo um idiota da repartição de finanças do bairro fiscal 5 reclama "isso são medidas comunas, faça-se já uma greve geral", ou com um "fascismo nunca mais!". A isto toda a mole obsoleta de trabalhadores públicos - que de qualquer das formas nunca foi dada ao trabalho, pois tivessem eles mais produtividade, não tínhamos nós chegado a este ponto - responde um "Bora na greve, que há saldos no Colombo e a Worten deixa pagar a prestações". E isto aplica-se a médicos, função pública, trabalhadores da Carris, Polícias, professores, enfim, todo e qualquer trabalhador a quem seja exigido o mínimo de trabalho e dedicação extra.
Enfim, só quero dizer que também eu vou ficando desiludida com este Governo em que votei. Mas vou ficando também desiludida com o Meu País. A cada dia que passa, mais me vejo e tornar-me emigrante...
Antes de mais há o óbvio. É óbvio que a função Pública tem de ser reestruturada. É óbvio que a progressão de carreiras tendo por critério o tempo que se ocupa uma cadeira, é ridícula. É óbvio que há coisas mais urgentes para fazer do que construir aeroportos ou infraestruturas para o TGV. É óbvio que a Educação tem de melhorar. Tudo isto é óbvio tanto para nós, como para qualquer analfabeto a quem isto seja bem explicado. Então qual o verdadeiro problema?
O problema é que o óbvio requer sacrificios. De todos. E se todos dizemos "sim, despeçam parte dos idiotas das repartições de finanças", logo um idiota da repartição de finanças do bairro fiscal 5 reclama "isso são medidas comunas, faça-se já uma greve geral", ou com um "fascismo nunca mais!". A isto toda a mole obsoleta de trabalhadores públicos - que de qualquer das formas nunca foi dada ao trabalho, pois tivessem eles mais produtividade, não tínhamos nós chegado a este ponto - responde um "Bora na greve, que há saldos no Colombo e a Worten deixa pagar a prestações". E isto aplica-se a médicos, função pública, trabalhadores da Carris, Polícias, professores, enfim, todo e qualquer trabalhador a quem seja exigido o mínimo de trabalho e dedicação extra.
Enfim, só quero dizer que também eu vou ficando desiludida com este Governo em que votei. Mas vou ficando também desiludida com o Meu País. A cada dia que passa, mais me vejo e tornar-me emigrante...