segunda-feira, janeiro 31

E agora porque tudo estava tão bem...

Agora que já fiz o meu papel de menina bem comportada (há hábitos que não se perdem...), deixem-me lá ser mázinha: o Santana vai voltar para a Câmara???

Sei que sou a única Lisboeta do blog (o Giles é um elemento claarmente neutro), mas esta é uma questão que me preocupa. Até porque, devido ao seu affair com a Joana Lemos, já estou mesmo a ver que em vez de túnel, vamos ter uma pista de F1???

Enfim, só para os fãs não acharem que tinha perdido a minha língua viperina...

Os olhos dos outros

Falam-se de mudanças, de vira-casacas, de convicções, de ideias. Pela primeira vez na minha (ainda curta) vida de cidadã com direito a voto, parece haver por parte do eleitorado uma preocupação com ideias. É pena que essa preocupação não tenha reflexos na campanha. Nos politicos, propriamente ditos. Mas (e desenganem-se aqueles que acharam que o meu proverbial optimismo estava perdido para sempre...) vejo algo de positivo que possa surgir deste nevoeiro denso em que o nosso panorama político se tornou. Pesam-se os ideais. O Freitas é de Direita ou de Esquerda? Do Centro? Afinal como se divide o espectro politico? Acredito que é da discussão que surgem soluções. Mal ou bem tem havido discussão. E não é só sobre quem paga ou não paga impostos ou quem nomeou mais "boys".

Afinal, que grandes diferenças há entre o Freitas do Amaral (liberal e católico, e como tal com preocupações sociais) e Guterres (liberal e católico, e como tal com preocupações sociais)? Acho que é altura de guardarmos as grandes bíblias da poliítica, das ideias quadradas e imunes ao passar dos tempos.

Assustei-me um pouco com a descrição do Lameira (Joana, a negativista), mas acho que de vez em quando nos faz bem ver as nossas ideias por outros olhos. Não, não acredito que as coisas estejam assim tão mal. Prefiro ser optimista e naïve. É uma escolha, um voto. De Fé.

Joana

O que é que tu queres?

Estou num computador com teclado italiano, sentado na Universidade de Coimbra, numa cadeira de madeira, muito desconfortàvel, mas contra ventos e marés vou responder.
- Eu nunca disse que o Guterres tinha feito bem em sair e logo naquela noite achei que ele devia estar louco.
- O que o Portas disse foi que ficava na Camara de Lisboa, fosse qual fosse o lugar para que fosse eleito, porque os polìticos tèm que ser sérios e credìveis e, ao sair, foi politicamente tao irresponsavel como o Guterres; nem mais nem menos.
- O Louça é louco varrido, Deus queira que nao và para o governo... Deus nos livre de ter um lider de um partido extremista que pouco tempo antes de assumir uma posiçao de estado pensava que Portugal devia sair da UE.
- Hoje estou de mau humor, aliàs, de 3maus humores a 1bom humor.
- Venham visitar-nos. Aqui estamos na belissima cidade dos estudantes e eu nao tenho nada para estudar.

Miguel Maia

sexta-feira, janeiro 28

Notas (mas pouco valiosas)

O Miguel Maia tenta responder ao dito do Louçã no debate (de que evita falar) com uma história qualquer do Paulo Portas e do Guterres. O cartaz de Portas na campanha por Lisboa dizia "EU FICO"; PP foi a eleições, perdeu, tendo-se candidatado a seguir às legislativas. Guterres levou o país à crise e afastou-se, por isso só pode ser um grande homem, um intocável. A lógica de Maia é inatacável.

Louçã não me surpreendeu nem um pouco. Ele disse o que pensa, é um homem sincero. Tem os seus valores, a sua linha de pensamento. Pena é que não sejam muito bons. O Chico tem uma costela totalitária. Fica-lhe bem e ao partido que lidera democraticamante.

Por fim, uma nota de desespero. O negativismo da Joana (tudo está mal, não há cura, ou só em sonhos as pode haver), o optimismo inusitado do Maia (que fala de uma estranha viragem do mundo para a esquerda ou para a direita, não percebo bem, que traz para aqui a pobre da Zita Seabra e defende esse grande socialista que é Freitas do Amaral), o humor desencantando do Arouca, tudo isto me leva a uma triste conclusão: estamos mesmo na merda.

Mas avante, que para a frente é que é o caminho (nota: isto não tem nada a ver com o PCP).

João Lameira

quinta-feira, janeiro 27

Viragens

Mesmo assim, impressiona-me bem mais a da Zita Seabra que passou de comunista a cabeça de lista do PSD por Coimbra do que a do Freitas do Amaral, que aparece agora colado ao PS depois de ter fundado o CDS. E impressiona-me mais porque acho que a vida política portuguesa e internacional tem evoluido para valores claramente para a direita (concordam comigo ou não?).
Se virmos isto do ponto de vista do percurso dos dois, a Zita Seabra tem que ter dado um grande salto para acompanhar as mudanças dos tempos e evoluir no seu pensamento. Melhor dito, o seu direitismo actual não tem nada, mas mesmo nada a ver com o esquerdismo de antes, enquanto que a esquerda "pragmática" dos nossos dias já não está tão longe dos valores liberais (principalmente na economia) da direita com que o Freitas cunhou o CDS.

Mas porque é que eu estou para aqui a meter-me com a pobre Zita, que não aquece nem arrefece à discussão... é verdade que me meteu um bocado de nojo vê-la dizer que a sua opositora, a Matilde Sousa Franco, não é uma política "com experiência" (quereria ela dizer "profissional", ou porque não "mercenária") e que não ia ter piada a campanha contra ela... a sério, de meter nojo.

A verdade é que eu queria falar de mim (para não variar, dirão os mais atentos). Eu acho que ainda não tenho a inteligência nem a profundidade suficiente para dizer que já fiz na minha vida um "trajecto político" (aah, a falsa modéstia, "eu não mereço, Sr. Prof, o ar que o Sr. respira").
No meu caso, acho que não passei a acreditar mais na esquerda, mas sim que o panorama se deslocou todo para a direita, debaixo dos meus pés, sem que eu me tivesse mexido. Não fui eu que fui ter à esquerda, foi mais a direita que se foi embora e a esquerda, que acredita no mercado e nas privatizações seguidas de instrumentos de regulação; na Europa com um Pacto de Estabilidade e até com um exército; na Educação, na Educação, na Educação!, e na competência sem lamúrias, que ganha no que é melhor e que perde no que é pior; que veio ter comigo.

Miguel Maia

quarta-feira, janeiro 26

Aquele que até parecia que era o meu partido

Por momentos pensei em deixar de votar no PS. Depois de andarem meses a dizer que o PSD estava numa ofensiva contra a classe média, que os benefícios fiscais nunca deviam ter sido retirados, agora que afinal parece que vão ter que pensar nas coisas mais a fundo porque diz que vão ser governo, não só voltam atrás com a palavra (o que se podia entender, porque quero pensar que significa que só os burros não mudam de opinião... e o facto de terem mudado em pouco menos de um mês significa... bom, afinal não quero pensar no que significa), como ainda vêm com desculpas esfarrapadas a dizer que não querem mudar as medidas já tomadas por este governo. Afinal de contas, porquê mudá-lo, nesse caso.
Mesmo assim, já começo a ver o Vitorino e o Guterres a fazer aquilo em que são melhores: o Vitorino a pensar e o Guterres a palrar; o que faz sempre parecer que o Sócrates afinal pode não ser assim tão mau.
Mais tarde ainda hei-de falar de sondagens e previsões, se bem que possa já avançar que acho que o Benfica hoje ganha e que o Mantorras vai dar um presente ao Eusébio, de pérola africana para pérola africana.
Antes de me ir embora, a pequena crítica à direita, porque é da praxe e porque a direita é muito estúúúúúpida. O Portas veio dizer que não acha ético que o Guterres dê bitates porque o Guterres abandonou a meio. Quem quer que seja que escreve num cartaz (ou manda escrever, que não acredito que o Paulinho tenha tempo para designs gráficos) "Eu fico", acerca seja do que for e depois não fica, devia "ficar" are de bico calado. É verdade, tal como a minha amiga Joaninha, o que eu estou a dizer é que, nesta questão, o Portas não tinha mesmo o direito de falar.

Miguel Maia


PS -
Portas - "Não se exalte, Dr. Louçã!" - parecia que estava a falar com um médico, talvez um obstetra, talvez um daqueles que faz abortos...
Miguel Maia - "Não se exalte, Sr. Arouca!"

segunda-feira, janeiro 24

Viram o debate???

O que mais gostei no debate Louçã-Portas foi o sentir-me acompanhada. "Fascista do Bloco" é um termo que se aplica a mais pessoas...

Tou a ver a malta muito adormecida... Vá lá, participem!!!!

Joana

sexta-feira, janeiro 21

Sondagens e previsões

Arouca, acho que a tua iniciativa é de louvar. Mas como estou sempre a gozar com o Oliveira e Costa ("posso dizer, desde já, que o Kerry ganhou!"), não quero que outros façam o mesmo comigo. Mas acho que vão ser daquelas eleições de m**** em que todos ganham e ninguém perde:

PS - Vai ter mais votos. Mesmo sem maioria ninguém pode dizer que quem tem mais votos não ganhou...

PSD - Como o PS não tem maioria, a vitória é do Santana, pois contra ventos e marés, contra inimigos internos e externos, conseguiu não ser reeleito (se bem que ele nunca foi eleito), mas conseguiu que o PS não tivesse maioria.

CDS-PP - Ganham sempre. Não interessa o número de deputados, arranjam sempre um destrito onde mais um velhinho votou neles e para o Paulinho isso basta.

PC - Idem. Em destritos alentejanos há sempre alguém ligado à Catarina Eufémia, que em nome da Reforma Agrária, dá mais uns votos ao Jerónimo.

BE - A juventude ainda é uma força. E aqueles que definham pelo Bairro Alto, citando Trotski e vestidos à Che, reproduzem-se que nem cogumelos (e por causa deles também) e ainda vão arranjando forças para irem às urnas. Acho que vão conseguir mais um deputado e talvez vote neles só por causa disso. Refilar ainda é, per se, uma causa nobre...

Não arrisco números (afinal, pessoal de letras não dá para números) mas acho que o panorama vai ser assim. Triste de fazer doer a alma.

Joana

E se?

E se nenhum deles ganhasse? E se dissessem que isto era tudo a gozar e que na verdade vem aí alguém que percebe mesmo do assunto para tomar conta de nós. E se, de repente, os sindicatos dissessem que os trabalhadores vão trabalhar a sério, que vão produzir, e os empresários dissessem que sim, senhora, lhes davam uns aumentos em função do aumento de produtividade. E se ao Santana lhe crescesse cabelo e sentido de Estado? E se ao Sócrates lhe diminuísse o nariz e o ego? E se aos nossos velhotes lhes fosse dada a oportunidade de morrer dignamente, sem terem de mendigar trocos para os remédios? E se os professores fossem bons e os alunos interessados e de repente a escola ensinasse alguma coisa? E se os médicos mais a sua ordem fascista fossem todos para Espanha e viessem para cá médicos espanhois que trabalham a sério e não chegam com 3 horas de atraso para as consultas?

E se eu não estivesse doente no meu primeiro dia de férias????????

Joana

sexta-feira, janeiro 14

Falando mais a sério

O Santana anda praí a desafiar o Sócrates para mais uns debates na RTP, para falar dos problemas reais do país. Apesar de todo o hype jornalístico que nos inunda com a visão do mundo que bem lhes apetece sem ter que pensar muito na verdade inteligente dos factos, u nem sou dos que acha que o Sócrates não tem debatido as questões do país. Quando o Sarmento foi para o "Bom Bom" o Sócrates até nem se referiu ao facto e chegaam a passar uma imagem muito irritada dela a dizer que não queira fazer desta campanha a "campanha dos incidentes". O homem até estava a negar-se a atacar o Sarmento (e tão fácil que tinha sido) e mesmo assim passarama imagem de alguém que não tem nada para comentar.
Que ele não sabe o que é o limiar da pobreza... lá isso é verdade. E tinha que saber? Claro que sim. Não se apresentam propostas para o ar sem saber o que é que vão custar. O Sócrates é o melhor cidadão português possível para o cargo de Primeiro-ministro nesta altura? Muito longe disso, não me custa nada admitir. Mas a única pessoa que ainda vai mandando bardas sobre reformas, sobre educação, sobre urbanidade e ambiente, sobre impostos (sejam bardas boas ou más, sejam bardas conscientes ou não) é o Sócrates.

Miguel Maia

Só para desanuviar

Não sei se ouviram o Gabriel Alves durante o jogo Chelsea-Man U... páginas tantas o grande comentador da RTP para assuntos desportivos deu um pouco mais dos seus conhecimentos da gíria futobolística a conhecer ao grande público:
"Carlo Cudicini: tem aquilo a que se chama na gíria um grande par de mãos."

Miguel Maia